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(Oficina dos Filmes) #1

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JORGE, CLÁUDIO E POPULARES (In off):
Anistia, Anistia! Diretas, já! Fora, generais!

MURILO AHMED (Olha para a rua, vê os jovens seguindo em
direção à passeata e sorri, falando para si mesmo):
É, amanhã vai ser outro dia!

PERSONAGENS


O BAZAR EMIR AHMED é um locus vivo, organizado por Murilo
Ahmed, que ganha força a partir da inclusão da juventude através
do conhecimento. Em um momento político opressivo e excludente,
ele inclui pelo conhecimento. Embora antigo, ele se revitaliza,
externamente, com a presença de seus frequentadores enquanto
guarda, internamente, elementos variados que promovem a cultura
universal e a informação, reservando um cantinho, ainda obscuro,
para promover mudanças. Sua fachada guarda tradições familiares
do atual proprietário, que a conserva tal como herdou dos seus
antepassados, inclusive divulgando a gastronomia ancestral e
alimentando sua clientela também fisicamente.

MURILO AHMED é um jovem senhor que tem entre 35 e 40 anos,
moreno, alto, não muito magro, cabelos encaracolados, curtos,
sobrancelhas grossas. Descendente de árabe, herdou da família um
velho bazar no centro da cidade. Simpático e discreto, é sempre bem-
disposto e acolhedor com a diversidade de sua clientela. É casado,
mas não expõe sua mulher, que o ajuda com a confecção de esfihas
e kaftas para o bazar, procurando manter a tradição da família. Atento
aos interesses da clientela, procura satisfazer suas vontades para
atraí-la cada vez mais. Geralmente usas roupas simples e pardas
de algodão comum, limpas, sempre com um avental branco que,
ao final do dia, está meio sujo pelo seu hábito de passar as mãos
nele frequentemente. Não fala muito de sua vida, mas gosta de
noticiar fatos conhecidos, principalmente fofocas políticas de jornais
censurados. Não entra na vida privada dos clientes, mas comenta
os fatos tratados pelos clientes publicamente. Não manifesta suas
vontades pessoais nem sua postura política, mas é simpático às
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