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(Oficina dos Filmes) #1

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FESTA PARA O REI ∙ EXT. ∙ TERREIRO ∙ NOITE

O dia da grande festa chegou, e a rua está bastante agitada. Já ao
longe é possível ouvir o som dos fogos. Na praça, as crianças brincam
de Ṣàngó e Yánsàn. Todo ano, o terreiro prepara um grande
banquete para o rei de Ọ̀yọ́, o grande, o Àmàlà* da divindade do
trovão e do ẹdun àrá*.

A esquina que dá acesso ao terreiro reforça o clima de festividade.
Fitas vermelhas e brancas cruzam as vielas. No tronco das árvores,
grandes laços de fita branca ressaltam a magia dessa noite.

Na escadaria que dá acesso ao do terreiro, Mauro e sua companheira
se deparam com três homens vestidos de branco tocando trompete.
Eles anunciam o início da grande festa.

As filhas e filhos da casa, todos devidamente vestidos conforme suas
hierarquias, fazem um grande corredor até a entrada do terreiro.

De repente ouve-se um orin*:
Oba kawòó o Ó
Oba kawòó o Ó
O, o, Kabíyèsílè
Oba ni kólé
Oba ṣẹ̀rẹ̀
Oba njéje
Se ́re Aládò
Bongbose O (wo) bitiko
Osé Kawòó
O, o, Kábíyèsilé

O Pai Zon vem acompanhado da Èkéjì Ray de Yánsàn e do
Asògún Sydnei d’Ògún. Ela vem balançando o ṣẹ̀rẹ̀*. Esta festa
para ela tem um tom especial, pois também se comemora a divindade
dos ventos e dos raios, a sua mãe Yánsàn.

ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Aí, meu Pai! Que coisa mais linda!
(Lágrimas nos olhos) A cada ano, essa festa cresce mais.

PAI ZON: Pois é, minha filha! E hoje ela crescerá um pouco mais.
Ṣàngó virá ao Àiyé* para coroar o seu novo filho.
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