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MAURO: Amor! Confesso para você que nunca havia visto algo tão
bonito assim.Ao comando do Alágbè*, o rum começa a ser tocado seguido do pi
e do le para darem ritmo e força ao orin que é entoado.FILHOS E FILHAS
Ṣàngó dé o
Ẹkùn ọkọ Ọya o
A gbéná gẹngẹ
A fèké lẹ́nu yaMauro começa a suar frio e os calafrios vão ficando cada vez mais
intensos.COMPANHEIRA: Eu vou buscar um pouco de água para você.Barulho de fogos, gritos. De repente, uma mão toca os ombros de
Mauro. Ele se assusta.MÉDICA: Olá, moço! Que bom te encontrar por aqui? Algo me dizia
que você viria.Com um olhar assustado, Mauro sorri para ela.MAURO: Pois é, doutora! Eu resolvi tomar coragem. Muito obrigado!Ela sorri e se despede dele.MÉDICA: Minha mãe Ọ̀ṣùn* que abençoe os seus caminhos.Sua companheira retorna.COMPANHEIRA: Vamos sair um pouco. Aqui dentro está muito
quente.Os dois saem do barracão e vão se sentar ao pé de um ìrókò*.A FOGUEIRA DE ṢÀNGÓ* ∙ EXT. ∙ TERREIRO ∙ NOITEApós o ritual inicial, é hora de todos irem para fora do barracão para
contemplarem a grande fogueira.O Bàbálórìṣà vem agitando o ṣẹ̀rẹ̀ para dar início ao grande