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(rafael.frois) #1

46 PRÁTICAS CULTURAIS DO POVO AKWẼ-XERENTE ...


mantendo a linguagem e algumas coisas da cultura, isso
me deixa muito orgulhoso. E assim é a origem do nosso
povo akwẽ, uso muito akwẽ, a gente se autodenomina
assim, povo akwẽ. Xerente é um nome que os
antropólogos e estudiosos deram para diferenciar um
povo de outro, que nem xavante, xacriabá enfim. –
Fala do Cacique Valci Siña sobre a origem do povo e as
práticas culturais (SOARES, 2017, p.45).

Aprofundar a compreensão das práticas culturais indígenas nos
impõe, por isso, descolonizar o lazer, interpelando relações históricas

e culturais, atentos aos processos de organização social. Apresenta-
se, assim, como um desafio para enfrentarmos a urgência das relações

interétnicas, sobretudo, quando isto envolve e tensiona o território e

o cotidiano dos povos indígenas.
O território indígena e sua temporalidade se diferenciam dos
demais territórios e temporalidades dos sujeitos que compõem a

sociedade envolvente, cada realidade vem sendo construída a partir
das experiências, vivências, sentidos e significados elaborados na vida

cotidiana individual e coletiva. Neste universo brasileiro de povos
indígenas, situo o Estado do Tocantins, que possui uma população em

número aproximado de 14.118 índios, conforme dados do censo
de 2010; divididos segundo a língua em três povos: Akwẽ (Xerente),
Timbira (Apinajé, Krahô e Krahô-Kanela) e Yny (Karajá, Javaé e
Xambioá), sendo estes distribuídos em sete etnias.
Assim, esta escrita é realizada a três mãos, buscando nos achados
bibliográficos epistemes que possam amparar nossa intenção de

provocar um olhar descolonizador para o campo de estudos do lazer.
Trazemos para compor este trabalho um recorte da tese de Soares
(2017), um estudo com inspiração etnográfica, que traz o cotidiano

da aldeia Salto, do povo Akwẽ-Xerente e seus processos de ecologias
de saberes e práticas.

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