Visão 1373 [27-06-2019]

(claudioch) #1

I F I LEGISLATIVAS


ciclo português. O eurodeputado está
a ser equacionado para nº 1 no distrito
de Santarém, ao passo que Paulo Mota
Pinto tem vindo a ser apontado como
cabeça de lista em Coimbra (ou mesmo
em Lisboa). Em Aveiro, Manuel Castro
de Almeida partirá na po!e position, en-
quanto Fernando Negrão é o preferido
da cúpula do partido para Setúbal.

OS ENGULHOS
O líder parlamentar é mais problema do
que solução. No distrito por ondejá foi
eleito em duas legislaturas, Negrão tem
inúmeros anticorpos. Em alternativa e
a deixar antever um braço de ferro, sur-
ge Maria Luís Albuquerque. Cabeça de
lista em 2011 e 2015, a ex-ministra das
Finanças é a preferida da concelhia de
Almada, da distrital de Setúbal e pode
vir a ser proposta a Rio e Silvano para
n º 1. O rótulo de "passista" pode ser
um obstáculo ou, paradoxalmente, uma
oportunidade: a sua confirmação seria
lida como um sinal de pacificação.
Em Lisboa, as temperaturas estão
ainda mais altas. Miguel Pinto Luz foi
escolhido pela concelhia de Cascais
e a distrital chefiada por Pedro Pinto
(vice de Passos) deverá apostar nesse
putativo candidato à sucessão de Rio
como primeira personalidade da lista.
Caso seja vetado, o vice-presidente da
Câmara de Cascais poderá surfar a onda
do saneamento, como Passos e Miguel
Relvas fizeram em 2009 com Manuela
Ferreira Leite.
Mais a norte, a pedra no sapato da
direção chama-se Hugo Soares. A VISÃO
apurou que a concelhia de Braga vai con-
vidar o anterior chefe da bancada para ser
candidato e que o principal apoiante de
Luís Montenegro contará com a bênção
do presidente do executivo bracarense,
Ricardo Rio. Resta saber se superará o
crivo da S. Caetano -tal como Cristóvão
Norte em Faro, depois de ter integrado o
movimento de distritais que tentou, em
janeiro, depor a direção.
Enquanto o PSD anda à procura de
soluções -o comentil.dor Pedro Marques
Lopes tem vindo a ser referido como
hipótese para um círculo em que o PSD
esteja órfão de referências de peso -,
começam a surgir as tensões. Feliciano
Barreiras Duarte, o secretário-geral que
caiu por ter forjado o currículo (nunca
foi visiting scholar em Berkeley), é quase
certo em Leiria.
Até ao final de julho, quando a CPN e
o Conselho Nacional aprovarão as listas,


66 V I SÃ O 2 7 J U N H O 2 O 1 9

Escolhas Rio quer Jardim pela
Madeira e Maria Luís Albuquerque
tem o apoio de Setúbal. Centeno e Siza
Vieira são trunfos para Costa

o PSD vai andar em alvoroço. E há crí-
ticos que prometem quebrar o silêncio
nessa altura.

PARIDADE E CARAS NOVAS
Já no PS, a preparação das listas pela
direção está "avançada", mas Ana Cata-
rina Mendes, secretária-geral-adjunta,
não abre o jogo. "Haverá momentos de
tensão, mas o diálogo tem sido tranqui-
lo", garante a diretora de campanha de
António Costa, depois de uma semana
em reuniões com as federações.
Os critérios para a escolha dos can-
didatos são votados quinta-feira, em
reunião da Comissão Nacional, e a di-

. reção quer refrescar caras e dar sinais de



  • FELICIANO BARREIRAS


DUARTE DEVE VOLTAR

A SER DEPUTADO PELO


PSD. ANA ABRUNHOSA

ESTÁ NA CALHA PARA

SE ESTREAR PELO PS


abertura. Ana Catarina Mendes lembra
que "não há democracia sem regras" e
a principal exigência é a de que os dois
primeiros lugares tenham paridade
absoluta. Depois, prevalece a regra dos
40/60, porque "não vale a pena aprovar
leis se não forem para cumprir", nota.
Ana Catarina Mendes pede ainda que
se garanta a "representatividade da so-
ciedade civil e da juventude" nas listas.
A reunião da Comissão Nacional será
o ponto de partida e a aprovação dos no-
mes acontece no final de julho. Entre os
dirigentes, há críticas .ao calendário. "O
processo devia ter sido feito logo a seguir
às europeias, há feridas que precisam de
ser saradas", assinala um dirigente. No Par-
lamento, há quem note alguma "angústia"
e "ansiedade" com eventuais mudanças.
Ainda sem critérios aprovados para a
escolha dos candidatos, o secretário-ge-
ral do PS tem vindo a adiantar trabalho.
A par das reuniões de Ana Catarina Men-
des com as estruturas, Costa esteve em
contacto com dirigentes locais. Ouviu
mais do que falou, mas essas conversas já
ajudaram a perceber eventuais escolhas.
O primeiro-ministro já passou a
mensagem de que os membros mais
destacados do Governo terão os seus
nomes nas listas. Uma das questões em
aberto é a de saber quais os distritos
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