Visão 1373 [27-06-2019]

(claudioch) #1
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Vamosàs:compras1


Escolher casa é uma canseira. Por isso,


quem pode çstá disposto a pagar a alguém


que faça isso por si - são os personal house
shoppers, uma profissão de futuro

~ MARISA ANTUNES


uito se tem disserta-
do sobre a busca de
casa pela diva Madonna
quando esta se instalou
em Portugal, já lá vão
dois anos. E, apesar de
a aquisição nunca ter
chegado a acontecer, a
verdade é que algumas
mansões de luxo com
potencial para acolher a rainha da pop
foram visitadas em diversos locais en-
tre Sintra e Lisboa. A maioria dos pro-
prietários e mediadores dos imóveis
selecionados nunca chegou, porém, a
cruzar-se com a cantora. Quem tem
dinheiro paga a alguém que faça esse
trabalho de pesquisa até se chegar a
uma espécie de "shortlist", que vá de
encontro às características exigidas.
Só então é feita a escolha final.
Esses profissionais são os chama-
dos personal h ouse shoppers (ou pro-
pertlj personal shoppers), uma figura
ainda incipiente em Portugal mas que
é já uma tendência consolidada em
mercados como o nova-iorquino e
o londrino. ..
Na sua origem está o conceito do
personal shopper, que começou infor-
malmente nos anos 80, nos Estados
Unidos da América, no auge da onda
de consumo, mas que acabaria por se
profissionalizar: primeiro na moda e
nos acessórios de luxo e, mais tarde,
em todas as áreas que suscitem pro-
cura por parte de quem pode pagar a
outra pessoa para ir às compras por si.
Num mercado tão complexo como
o do imobiliário, parece justificar-se


88 V I S A O 2 7 J U N H O 2 O 1 9


ainda mais a ajuda especializada de
alguém que não representa empresa
alguma, antes seleciona as melhores
opções das diferentes mediadoras.
O processo é complexo e cruza vários
fatores, desde as zonas geográficas de
eleição à qualidade da construção ou
à proximidade de diversos equipa-
mentos fundamentais para o cliente.
A especificidade do produto imobiliá-
rio obriga ainda a que este profissio-
nal domine os aspetos legais e fiscais
deste tipo de transação.

ESPECIALISTAS DO LUXO
Ainda que consolidado nalguns paí-
ses, onde o segmento de luxo está
perfeitamente desenvolvido e as ope-
rações que envolvem largos milhões
são frequentes, por cá o conceito dá
os primeiros passos. Poucas são as
empresas especializadas apenas na
representação dos seus clientes, não

ESTES


PROFISSIONAIS


SELECIONAM


AS Pt1J:LHORES


OPÇOESDAS


DIFERENTES


MEDIADORAS


estando ligadas a alguma agência
imobiliária. Como a PHS Consulting,
criada em finais do ano passado.
Os estrangeiros abonados que vão
chegando em número crescente a Por-
tugal já vêm orientados com os seus
consultores e, habitualmente, seguem
o circuito das mediadoras do segmen-
to mais alto. Mas com o crescimento
do mercado de luxo, a nível nacional,
prevê-se que a curto prazo comecem
a estabelecer-se mais empresas deste
tipo, à semelhança do que aconteceu
em Espanha.
Por cá, existe, sim, a tendência para
se criarem departamentos dentro das
mediadoras imobiliárias, unicamente
direcionados para este segmento mais
alto, levando a uma especialização dos
agentes. Um exemplo vem da rede
imobiliária norte-americana Coldwell
Banker. Aqui, o mercado convencional
e o do luxo são tratados por profis-
sionais especializados nos respeti-
vos segmentos. "A Coldwell está em
44 países, temos nove mil agentes e
8% são certificados como especialistas
no mercado de luxo. Eles passam por
uma formação e por um treino espe-
ciais para saberem como lidar com
um cliente deste segmento, quais as
suas necessidades e o tipo de marke-
ting que funciona ao mais alto nível",
explica Craig Hogan, vice-presidente
da Global Luxury da Coldwell Banker.
Uma tendência que acompanha o
aumento do número de milionários e
multimilionários sem tempo para es-
colher casa, mas com muito dinheiro
para investir. III [email protected]
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