fazer. — Ela põe o cabelo atrás das orelhas. — Isso é... contar
uma história.
— Isso é viver.
— O.k., então a história de vida de alguém não é realmente
uma história?
Ela me pegou e ela sabe disso.
— Você pode parar de estar certa? — Eu pergunto a ela,
porque parece que ela está sempre certa sobre quase tudo. —
Por favor?
Ela revira os olhos e me cutuca, um rubor suave aparecendo
em suas bochechas.
— Você sabe qual é a melhor coisa de contar histórias? —
Ela pergunta.
Eu sacudo a cabeça, meus olhos ainda focados no vermelho
das suas bochechas.
— O público — ela diz. — Sem uma audiência, um contador
de histórias está só falando com o ar, mas quando alguém está
ouvindo...
— Ah — eu digo. — Então você está dizendo que é uma boa
ouvinte.
Ela inclina a cabeça e dá de ombros, como se não fosse
nenhuma surpresa.
— Sou. E eu adoraria ouvir sua história. Se você quiser me
contar.
Pela primeira vez, eu acho que talvez consiga.
— Deus. — Eu suspiro, tentando achar um bom ponto de
partida. — Por onde eu começo?
— Comece do começo — ela diz enquanto se apoia na
árvore, seu ombro encostando no meu.
Eu olho para ela. O começo? Ela quer ficar aqui até o Natal?
Embora eu ache que não tenho mesmo planos até lá.
— O.k. — ela diz, erguendo uma sobrancelha. — Que tal do
meio? Dois terços?
Eu rio, tentando pensar qual seria um bom começo. O
começo certo.
— Que tal...? — Eu digo, imaginando a forma como o lábio
inferior de Kimberly se projetava para a frente quando ela queria
car0l
(CAR0L)
#1