- Repetindo o conhecimento do século XVIII, José Carneiro
da Silva explica que:
... todo o país pela costa do Mar desde
o rio Macaé até o Paraíba é uma campi-
na continuada com pequenas matas, a
que chamam capões que dividem umas
das outras, e se alargam irregularmente
para os sertões. Em direção paralela à
costa encontramos as seguintes cam-
pinas: Campo de Macaé (Barreto), Geri-
batiba, Carapebus, Sabões, Jagroaba ou
Ubatuba, Furado, Algodoeiros, Ponta de
S. Tomé, ou Boa Vista e campos do rio
Paraíba, chamados campos da Praia(25).
Imbuído de uma visão utilitarista da natureza, o autor
reconhece que estas campinas são vistosas e dilatadas, no en-
tanto comenta que nem por isso são as melhores para a criação
de animais, uma vez que suas ervas não sustentam o gado de
qualidade e o levam à degeneração. Mais uma vez, reproduz-se
o confronto entre a restinga, pobre, e os campos aluviais, fér-
teis(25).
Na década de 20 do século XIX, o padre José de Souza
Azevedo Pizarro e Araujo escreve as Memórias Históricas do
Rio de Janeiro, procurando produzir uma visão de conjunto de
toda a capitania. O prelado pouco tem a acrescentar às palavras
de José Carneiro da Silva, que escreve em 1819, no que tange a
Campos, dando a impressão de reproduzir conhecimentos as-
sentados no século XVIII e até mesmo informações colhidas de
primeira mão por Couto Reis, que teve trechos de seu manus-
crito divulgados oficialmente pela primeira vez apenas em 1888
por Augusto de Carvalho. É de se ressaltar que Pizarro e Arau-
jo faz menção aos parcéis do Cabo de São Tomé, conhecidos
Nova Carta Corográfica da Província do Rio de Janeiro, de Bellegarde e Nie-
meyer (1865)
New Chorographic Chart of Rio de Janeiro Province by Bellegarde and Nie-
meyer (1865)
Carta Topográfica e Administrativa da Província do Rio de
Janeiro e do Município Neutro, de 1846
Topographic and Administrative chart of Rio de Janeiro Province and the
Neutral Municipality, 1846