capoeira me fez forte. Me fez vencer barreiras e
conquistar o mundo afora. Me levou a lugares
que nunca imaginei”.
Sua primeira vez fora do país foi em 2004,
quando visitou a Coreia. Foi um dos momentos
mais desafiadores. “O maior desafio foi quando
surgiu a primeira oportunidade para ir para fora
do país. No mesmo mês perdi minha mãe, fui
com a cara e a coragem”.
Em 2005, Gilmar teve a oportunidade de
morar por pouco mais de um ano na China.
De 2006 a 2010 viajou pela Armênia, Rússia,
Taiwan, África e Turquia. “Viajei e ainda viajo o
Brasil todo com essa arte. A capoeira se resume
na minha história, minha vida”, acrescenta.
21 ANOS DEPOIS
O que mudou? Muitas coisas, segundo o
capoeirista.
A começar pelas modalidades. Antes exis-
tiam somente a Capoeira Angola e a Capoeira
Regional. Atualmente já se pratica também a
Capoeira Contemporânea, que é a renovação
da capoeira moderna. “A capoeira já não é mais
agressiva e violenta como antes, não é mais ‘mal
vista’ na sociedade e isso foi um salto muito
grande. Há cerca de oito anos a arte já é inclusa
em matérias em faculdade, escolas, projetos
sociais, CREAS, CRAS, com crianças especiais e
agora também com idosos”, destaca.
A atuação da mulher na capoeira é outro
destaque. A voz feminina se tornou presente
nessa cultura. Elas não só jogam, mas também
tocam. A capoeira deixou de ser aquela arte
“machista” do passado. “É para todos, sem
exceção”.
E ainda não é hora de se aposentar. “Estou
na ativa, mas só praticando”, adianta o lucelien-
se. Com frequência Gilmar é convidado para os
eventos de capoeira que acontecem nas cida-
des e estados do Brasil e realiza workshops de
capoeira e maculelê a convite de mestres da arte
e professores. “Hoje me sinto e sou totalmente
parte da capoeira, foi através dela que me tornei
o homem que sou. A capoeira me direcionou e
mudou totalmente a minha vida”, concluiu.
ABRIL 2021 | REVISTAVOX.COM 119