Crusoé - Edição 179 (2021-10-01)

(Antfer) #1

exigir do governo fortes medidas para conter o vírus. Durou pouco. Ao ver
que um movimento chamado Querdenken ganhava visibilidade pedindo o
fim dos lockdowns, o AfD deu outro cavalo de pau e se juntou aos


manifestantes nas ruas. A guinada, porém, afastou seguidores. “Enquanto


a posição anti-imigração unificava o partido, isso não aconteceu com a


questão sanitária. Alguns são contra o lockdown e contra a vacinação,


mas outros preferiram se imunizar”, diz a cientista política alemã Anne


Kuppers, da Universidade de Jena, na Turíngia.


Reprodução/Twitter/Olaf


Scholz Olaf Scholz:


como ministro de finanças, ele promoveu a digitalização


Além de não achar uma boa causa, a legenda de extrema-direita também


não foi capaz de se posicionar em relação aos problemas que


reverberaram mais recentemente entre os alemães. O principal deles,


depois das inundações que deixaram quase 200 mortos em julho, é a


mudança climática. Enquanto os partidos tradicionais ofereceram


soluções distintas, como o aumento do preço dos combustíveis ou o


subsídio para fontes renováveis de energia, o AfD simplesmente negou


que o aquecimento global fosse um problema. Preso aos bordões


ideológicos, a sigla também não soube como abordar outros problemas


apontados pelos eleitores, como falta de moradia e pobreza. “Não foi uma


surpresa que as opções radicais não tenham tido sucesso”, diz o cientista


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