AF MULHERES FERIDAS 150x220 V2_bx (2)

(BROOK) #1
Mulheres feridas, nas mãos do Senhor

bairro os conheciam, um conhecimento de aparência, pois os
viram crescer, mas não sabiam como se sentiam por dentro.


Na escola os colegas de sala faziam chacota com o seu nome
e feriam‑na com palavras ofensivas, lançando sobre ela as culpas e
os erros de sua mãe, e eram nestas horas que desejava que seu pai
estivesse ali ao seu lado para defendê‑la, mas ele não estava!


A amargura a dominou, a rejeição e o abandono fizeram com
que aprendesse a se defender sozinha. Por longos anos, sem ao
menos ter tido a chance de saber o que significasse submissão
paterna, cresceu mandando em seu próprio nariz.


De repente um barulho pelo corredor interrompeu os
pensamentos de Cecília, eram passos que se aproximavam, olhou
em direção à porta, observou que os passos se tornavam ainda
mais próximos, levantou‑se e foi em direção ao som que ouvia, ali
em sua frente estava sua irmã em companhia do seu esposo, elas
se abraçaram. Desabafando em seu ombro, Cecília chorou ainda
mais, deveria ser forte, mas não conseguiu!


Aquelas contínuas recordações e a situação de Clarisse a
faziam sentir medo. Onde estavam as suas forças agora? Ao menos
ela não estava mais sozinha.


O tempo foi passando, e mais uma vez ouviu‑se passos
pelo corredor, desta vez era a senhora Ângela que chegava para
abraçá‑la! Pôde então sentir o amor dos seus familiares naquele
quarto tão pequeno e frio. Inconformada com que ninguém
soubesse do paradeiro do Cláudio, pediu licença às pessoas que
ali se encontravam, e foi novamente ao telefone, eram seis horas
da manhã, e ela precisava encontrá‑lo. Ligou para uma amiga em
comum.

Free download pdf