A: Você viu uma aparência, um objeto igualmente ilusório.
E: Então, já não existe nada dele.
A: Mas, na verdade, ele já não era nada.
E: Então, se eu morro, não sobrará nada de mim. Se eu sou O
Absoluto, pelo menos sou algo, não?
A: Isso, mas o fato de Dani ser teu filho, isso era aqui, neste sonho,
não tem nenhuma realidade. Era um objeto, uma aparência na
consciência.
E: Isso é muito forte para uma mãe quando ela perde um filho,
pensar que não tem mais nada. Já é difícil aceitar que você não o
verá novamente no sonho, mas o que você diz, é muito difícil para
o personagem aceitar.
A: Mas o filho não é teu.
E: Por isso tem sido muito fácil para as religiões inventarem
tantas coisas para o depois da morte, não?
A: Tudo isso não tem nenhuma realidade... “meu filho”. Uma coisa
é este corpo aparecer através de uma mulher, de uma mãe, mas
não é seu.
E: Não estou me referindo a que seja meu, de posse, mas por ter
vindo através de mim, eu o alimentei, dei mamadeira, o criei,
havia uma afinidade.
A: Uma afinidade? Sim, o meu...
E: Podem existir afinidades conosco.