ELISA-BERNAL-MINHAS-CONVERSAS-COM-ALEGRÍA (1)

(MARINA MARINO) #1

E: Então, ele apareceu à consciência, não? Ou a consciência
apareceu para ele? Acredito que você disse isso em outros
capítulos, não?


A: Se ele não tivesse consciência, ele não teria existido. Era um
corpo com consciência, como todos os corpos. Mas não há
diferença entre esse corpo/consciência e qualquer outro
corpo/consciência. Você diz: "Meu filho". Bem, isso é uma
apropriação.


E: Ele tem que ter algo de mim, se eu o pari.


A: Você não o pariu. Foi a consciência que se encarregou disso.


E: Ela se encarregou, mas eu o pari.


A: Tá! Mas você só foi um instrumento.


E: Então, você desmonta a morte de um sapato.


A: Quem nasceu? Quem? O corpo? Está claro que sim, um dia
nasceu o corpo, outro dia, morrerá. Isso é tudo.


E: Então o que resta quando alguém morre, para o sonhador é
uma recordação.


A: Mas não resta nada...


E: Uma recordação.


A: A consciência se dissolve e não resta nada. Tudo teve lugar
dentro do jogo da consciência.


E: Pois isso poucos vão comprar de você, hein?


A: Não sei, não são clientes o que se busca.

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