EPÍLOGO
oje domingo, dia de San Valentim, muitas lembranças do
passado me vêm à mente. Fevereiro sempre foi um mês a
considerar em minha vida de mudanças. Em fevereiro, nasceu
meu filho mais velho Miguel Ángel. Em fevereiro, Daniel foi
enterrado, meu filho caçula. Também em fevereiro, assinei a
escritura da casa onde vivo e num dia 14 de fevereiro,
formalizei minha relação com Alegría. Por isso digo que
fevereiro me traz recordações do passado desta vida dentro de
meu sonho.
Depois de uma noite de batalha com o edredom — aqui
passamos do frio ao calor de um dia para outro — levantei-me
acalorada. Hoje parece verão. E como digo, depois desta noite
calorosa e agitada, estamos aqui, na varanda, diante de uma
xícara de café.
Integrar o que foi vivido e o que foi compartilhado nestas
conversas é o que me resta. Durante o mês de fevereiro, temos
disfrutado dessas conversas junto à lareira ou na varanda. Às
vezes com o céu azul ao fundo, outras com os dias nublados. Foi
um mês que me permitiu desenvolver este livro.
Alegría acaba de me avisar que vai para o campo. Suponho que
ele necessite de um descanso. As conversações que aparecem
neste livro foram intensas e ele, acostumado ao silêncio, teve
que falar muito e nutrir todas as minhas perguntas para poder