CAPÍTULO 04 SUSTENTABILIDADE
coletam a chuva pelo telhado, com
armazenamento em cisternas ou no
subsolo. Em geral, podese instalar
um aparelho para filtrar o líquido e
despejar cloro durante o tratamen
to. Por fim, é elaborado um sistema
composto por bombas e encana
mento, de modo a enviar o recurso
residual para as torneiras.
O sistema de reaproveitamento
de águas pluviais tem sido adotado
por muitas indústrias, as segundas
maiores consumidoras de água em
nosso país, atrás apenas da irriga
ção. O Aeroporto Internacional de
Guarulhos, na Grande São Paulo,
conta com um sistema para tratar
a água usada na lavagem de aero
naves e reutilizála em banheiros.
Em relação ao uso adequado
da água nas construções, inicia
tivas ao redor do mundo podem
ser úteis para que os brasileiros
diminuam a demanda em relação
aos recursos hídricos. O profes
sor Luis Antonio Bittar Venturi,
livre docente do Departamento
de Geografia da Universidade de
São Paulo (USP), cita uma nação
do Oriente Médio ‘na qual a ad
ministração dos recursos hídricos
alcança índices elevados de efici
ência. “Na Síria, em Damasco, as
casas recebem dois tipos de água:
potável e não potável, de modo
que só se usa o líquido potável
quando é realmente necessária,
em cerca de 50% dos casos.” O
pesquisador da USP destaca tam
bém que, no Reino Unido, a po
pulação conta com um sistema
eficiente de abastecimento, mas
ainda é pega de surpresa com fre
quência no inverno, quando en
frenta enormes inundações.
Um dos países que emprega
eficientemente o conceito de lí
quidos residuais é Israel, cujos
domicílios conseguem reutilizar
cerca de 70% da água. Espanhóis,
australianos, italianos e gregos
também apresentam resultados
positivos para os procedimentos.
Na Europa, aliás, estão os primei
ros registros do uso do esgoto para
outros fins (irrigação, por exem
plo), iniciativa da população da
Grécia Antiga.
n Shutterstock