Prato Sujo - Como a indústria manipula os alimentos para viciar você! ( PDFDrive )

(Ruy Abreu) #1

foi de 287% desde 1950, acompanhando o crescimento da obesidade e das
doenças do coração. Não seria difícil ligar a gordura presente nos queijos,
principalmente nos amarelos, ao fato de as pessoas estarem perdendo a saúde – a
indústria do queijo magro se fez em cima desse argumento. Aí você olha as
entrelinhas e descobre que mais da metade do queijo na nossa dieta vem de
comida pronta e industrializada, principalmente pizza, molho para salada,
sanduíches de fast food e salgadinhos.


Existem outras questões que contribuem para essa dificuldade nossa de cada
dia na hora da fome. Uma delas é que estudar a influência do que a gente come
no que acontece dentro do corpo não é nem de longe uma tarefa fácil. Porque
muitas variáveis entram nessa conta. Por exemplo, um grande estudo europeu
mediu a relação entre dieta e doenças crônicas em 448.568 voluntários de dez
países durante 13 anos. A conclusão foi de que o consumo diário de 160 gramas
ou mais de carne processada, como salsicha, linguiça, bacon, hambúrguer e
presunto, aumenta em 72% o risco de morte por males cardiovasculares e 11%
por câncer. De fato, esse tipo de carne contém boas doses de sal, que eleva a
pressão arterial, e conservantes, entre eles o nitrito e o nitrato de sódio, que
muitos estudos apontam como potencialmente cancerígenos. Mas o resultado da
pesquisa guarda outras informações relevantes. O grupo que comia muita carne
processada também colocava menos frutas, verduras e legumes no prato, e tinha
maior propensão ao tabagismo. Os mesmos cientistas não encontraram relação
significativa entre a ingestão de carne vermelha não processada e o aumento de
casos de câncer e de problemas cardíacos, indo na contramão de muitos
experimentos. Já os vegetarianos avaliados não só consumiam mais frutas e
verduras do que os outros como praticavam mais atividades físicas e eram mais
magros.


A carne vermelha é o alimento que mais gera confusão na lista de “o que
comer”. Porque tanto os críticos ferrenhos quanto os defensores apaixonados
têm bons argumentos.
Em 2007, um grupo de 21 cientistas revisou 7 mil estudos publicados e
concluiu que 48 gramas de carne processada por dia, o que equivale a uma
salsicha, aumenta em 21% o risco de câncer de cólon. Já para as carnes não
processadas, eles não encontraram uma relação proporcional, mas avaliaram que
comer acima de 510 gramas por semana pode aumentar as chances de
desenvolver esse tipo de câncer – pelo menos entre quem tem pré-disposição.

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