de forma sustentável.
- DEMORAM PARA FICAR PRONTOS
Bichos que não tomam antibióticos crescem mais devagar – ou melhor,
no tempo deles. Vegetais cultivados sem adubo químico, nem
agrotóxicos, nem sementes geneticamente modificadas para se
tornarem resistentes a pragas também demoram mais para ficar no
ponto. Se comparada à produção convencional, a orgânica pode chegar
a ser 40% menor. - SÃO PRODUZIDOS EM MENOR ESCALA
Se um fa zendeiro só cultiva milho, trigo e soja, tem ao fim das
colheitas uma enorme quantidade desses produtos e pode vender para
grandes compradores por bons preços. Quem planta orgânicos tem
bem menos a oferecer e não consegue baixar tanto os valores sem
tomar um prejuízo enorme. - TÊM MAIS CUSTOS EMBUTIDOS
Fazendeiros orgânicos arcam com o custo da certificação e da
produção socialmente responsável, que deveria ser modelo para a
tradicional, com trabalhadores com carteira assinada e legalização da
propriedade segundo normas de preservação ambiental. Fora que a
ração usada para alimentar os frangos ou complementar a comida de
bois, vacas ou porcos deve ser orgânica – e isso pode custar o dobro. - SOBREVIVEM EM UM MERCADO PEQUENO
Não tem muita gente comprando orgânicos. Só 1,8% das indústrias no
Brasil manuseiam, embalam, processam ou fabricam produtos usando
esse tipo de alimento. Na Holanda, são 36%. - ESTÃO NA MODA
Como orgânicos são mais caros, não é todo mundo que consegue
comprar. Isso leva a um efeito Ferrari: quem tem pode mais e não se
importa em pagar o dobro – mesmo que esse dobro vá para o bolso de
quem vende, e não de quem produz.
DA MONOCULTURA DE CAFÉ À HORTA
ORGÂNICA
Quem me recebeu primeiro quando cheguei à fazenda São José, em Santo
Antonio de Posse, São Paulo, foram a boxer Maia e a labradora Brida. A fazenda