Exame Informática - Portugal - Edição 318 (2021-12)

(Maropa) #1

reconhecido, em 2019, com o Prémio Inovação atri-
buído pelo Ministério da Agricultura. Este junta-se
agora ao galardão especial Agricultura, atribuído no
âmbito das Maiores do Portugal Tecnológico.
No último ano, o volume de negócios cresceu mais
de 6%, para mais de 2,2 milhões de euros, que resulta
dos esforços levados a cabo, desde a fundação nos
anos 80, para criar uma produção sustentável que
tenha em conta o bem-estar dos animais. Entre as
muitas medidas implementadas, contam-se a aposta
na utilização de painéis solares para produção autó-
noma de energia elétrica, mas também a recolha e
o armazenamento da água da chuva, que posterior-
mente é utilizada no ciclo de produção. O objetivo é
manter-se como um negócio competitivo e eficiente
que mantenha a linha de crescimento registada ao
longo dos anos.


TRADIÇÃO ENLATADA
Ainda que a Ramirez & CIA se assuma como a mais
antiga fábrica de conservas do país, a empresa abraçou
as mudanças tecnológicas e culturais que ocorreram
desde a sua fundação, em 1853, e esse parece ser o
segredo para o sucesso. Tudo começou pelas mãos do
fundador Sebastian Ramirez, em Vila Real de Santo
António, com produção de juta e conserva de peixe,
um negócio que foi crescendo a cada nova geração de


líderes empresariais. Desde essa época, o projeto foi ga-
nhando espaço à mesa dos consumidores, que hoje têm
à disposição 55 referências de produto – desde o atum
às sardinhas, passando pela cavala, bacalhau ou lulas.
E porque a inovação faz parte do seu ADN, a Rami-
rez diversificou a oferta e introduziu um novo grau
de complexidade com o lançamento de refeições
prontas, de que é exemplo o bacalhau com grau ou
o atum assado à algarvia. Os avanços tecnológicos
vão, no entanto, muito além do conteúdo das suas
latas. Foi esta empresa portuguesa que lançou, entre
a década de 60 e de 70 do século XX, a primeira lata
de conservas de peixe de abertura fácil com argola,
tal como a conhecemos hoje.
As suas fábricas têm caminhado na direção da susten-
tabilidade e eficiência, mas também para um ambiente
robotizado que “une a precisão com a tradição”. “Um
inovador dispositivo de visão artificial eleva os índices
de controlo de qualidade das latas e a criação de uma
linha robotizada de embalagem” permite ganhos de
tempo, atesta a conserveira nacional. Todas estas razões
contribuem para que a Ramirez perdure no tempo,
século após século, e para que tenha registado, em
2020, um volume de negócios superior a 31,5 milhões
de euros, mais 26% do que o conquistado no ano an-
terior. É a grande vencedora do prémio Indústria nesta
edição do ranking da Exame Informática. ■
Free download pdf