taxa de desajuste de talento no
País de 62% e defendeu práticas
de upskilling e reskilling: “Um
plano de transformação de ta-
lento é crítico.”
Retrato e recomendação
que não diferiu muito dos dei-
xados por Carlos Oliveira, numa
apresentação sobre as necessi-
dades de qualificação da mão
de obra em Portugal. Segundo o
diagnóstico do presidente-exe-
cutivo da Fundação José Neves,
faltam competências alinhadas
com o que o mercado procura
(o que contribui para que qua-
se 20% dos licenciados não en-
contre emprego ao fim de três
Prémios e debate
À esquerda, a entrega
do segundo lugar nas
Melhores Empresas
Para Trabalhar
à Blip, que também
arrecadou dois
prémios especiais.
À direita, momento
do debate sobre
A Sustentabilidade
e o Talento, com a
participação de Raúl
Grijalba, presidente
do ManpowerGroup
para Espanha,
Portugal, Grécia
e Israel, e de Miguel
Mendes, country
manager B2B
da Endesa
anos) e falta desenvolvê-las ao
longo da vida ativa através de
formação para superar a obso-
lescência dos conhecimentos
(algo que as empresas resistem
a fazer, dada a maior rotativida-
de dos trabalhadores).
“Temos de continuar a qua-
lificar e tornar útil para a socie-
dade uma grande massa de por-
tugueses com qualificação em
perda. Um nível mais elevado
de educação protege o empre-
go”, disse, enquanto sublinhava
a ambição da fundação de pôr
Portugal no top 10 dos países da
UE com mais empregos em tec-
nologia e conhecimento e ter,
em 2040, 45% dos adultos com
ensino superior, 90% dos jovens
recém-formados empregados e
25% dos adultos em formação e
educação.
LÍDERES À ALTURA DE UMA
GERAÇÃO DI FERENTE
Muita dessa transformação ao
nível das competências virá
dos próprios colaboradores,
mas também das lideranças,
que demonstraram “fibra” na
altura da crise e estão, atual-
mente, ocupadas em manter a
coesão cultural e das equipas,
em evitar o surgimento de silos
para que a comunicação flua e
atentas à saúde mental das suas
equipas.
“Como líderes, temos de
estar preparados para qual-
quer mudança, para aprender,
com transparência, empatia,
muito próximos mas também
com coragem de tomar as de-
cisões que têm de ser tomadas
em tempos de mudança. Esta
nova geração guia-se por pro-
pósito, empatia, inclusão, pela
cultura em que querem estar”,
disse Paula Panarra. Já Maria de
Fátima Carioca salientou a ne-
cessidade de abertura à apren-
dizagem, ao diálogo e à humil-
dade. “É importante que o líder
tenha energia, inteligência e
capacidade de adaptação. E
comportamento de integrida-
de, valores consistentes com a
atuação.” “As pessoas têm de
acreditar”, acrescentou Carlos
Ribas. “Temos de provar-lhes
que nos importamos com elas,
que temos um compromisso.
Quando percebem que nos
preocupamos, fazem tudo.”
No encerramento da sessão
(durante a qual foram também
anunciados os nomes das 50
Melhores Empresas para Tra-
balhar no País), o secretário de
Estado Adjunto do Trabalho e
da Formação Profissional, Mi-
guel Cabrita, defendeu, numa
mensagem gravada, a necessi-
dade de refletir no modo como
se fará o relançamento da eco-
nomia depois da pandemia, a
par das mudanças estruturais
“que não são novas e vão man-
ter-se nas próximas décadas”,
trazidas pela tecnologia e pelas
alterações no mercado (que sa-
lientam a importância da for-
mação, das competências e da
qualidade do emprego).
Nestas áreas – e um dia de-
pois de o Orçamento do Es-
tado ter sido chumbado no
Parlamento –, sublinhou as
iniciativas apresentadas pelo
Governo para uma agenda de
sustentabilidade para a próxi-
ma década e para “um merca-
do de trabalho bem estrutura-
do e bem regulado, capaz de
lidar com as necessidades de
flexibilidade das empresas e
acautelar a dimensão coletiva
das relações de trabalho e do
equilíbrio no mercado, com-
batendo a precariedade”. Neste
aspeto, referiu a criação de in-
centivos positivos à negociação
coletiva e à dimensão de qua-
lidade do emprego, lembrando
que o Estado também deve dar
o exemplo, ao propor-se con-
tratar serviços apenas a empre-
sas cujos trabalhadores tenham
contratos estáveis. E
Com o apoio
DEZEMBRO 2021. EXAME. 17