Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

mesmo que pareça óptimo na fotografia. Mas a boa notícia — prosseguiu Candy em tom
alegre — é não poderes ver o que eu estou a fazer. Por isso, se estragar tudo, não ficas
chateada.
O que Candy acabara de dizer era tão horrível que fez Annie rir. Ficou ali sentada, com ar
dócil, durante todo o processo, enquanto Candy aparava, puxava, escovava, penteava e
cortava um pouco mais. Ficou com estilo e com um ar adorável quando Candy terminou.
Annie parecia um elegante duende italiano: a parte de cima do cabelo ligeiramente
espetada, um pouco mais comprido dos lados, com o restante cabelo a emoldurar-lhe o
rosto com o seu brilhante tom acobreado, realçando-lhe os seus olhos verdes. Candy
estava a acabar de admirar a sua obra quando Sabrina entrou no quarto e viu cabelo
espalhado por todo o lado no chão. O quarto estava um caos, mas Annie estava mais
bonita do que nunca, como se tivesse ido a um dos melhores cabeleireiros de Londres ou
de Paris para mudar de visual.
— Uau! — exclamou Sabrina, estacando na ombreira da porta, impressionada pela grande
competência de Candy.
Afinal de contas, era o seu ofício ter estilo, ser sexy e estar na moda. Aquele era o melhor
corte de cabelo que Sabrina já vira em muitos anos.
— Annie, tu estás fantástica! Pareces outra pessoa. E agora sabemos o que a Candy pode
fazer se a sua carreira de modelo alguma vez der para o torto. Não há dúvida de que
podes abrir um salão de cabeleireiro. Podes arranjar o meu cabelo qualquer dia destes.
— Estou mesmo bem? — perguntou Annie, parecendo preocupada.
Fora um grande gesto de confiança deixar Candy cortar-lhe o cabelo. Annie não fazia ideia
de como estava péssima depois daquele seu acesso de fúria — completamente medonha
e com um aspecto assustador. E Candy transformara-a em algo mágico e engraçado.
Estava sexy e jovem, tal como a própria Annie e, na verdade, ficava melhor assim do que
com o seu cabelo longo e liso, que Candy sempre dissera que lhe dava um ar de hippie, e
que, na maior parte do tempo, Annie usava entrançado. Passara de uma pessoa
insignificante e anónima para uma estrela de cinema num espaço de meia hora, às mãos
de Candy.
— Estás muito melhor do que bem — garantiu-lhe Sabrina. — Pareces uma capa da
Vogue. A nossa irmã mais nova tem muito jeito com cabelos. Tantos talentos ocultos que
todas nós parecemos ter sem o sabermos! Parece que deixei passar a minha vocação
como criada de servir. O que me lembra, meninas, se vamos brincar às cabeleireiras no
futuro (que era um jogo que elas adoravam em crianças, arranjar o cabelo e as unhas
umas das outras, criando uma confusão e uma desordem enormes), não acham que
podiam fazê-lo na casa de banho? Gostaria de vos lembrar que a Hannah está de folga
esta semana e o pessoal da limpeza resume-se a mim. Por isso, se não se importam...
— Oops... — exclamou Candy, parecendo embaraçada. Nem sequer tinha reparado.
Estava tão acostumada a que as outras pessoas a servissem e limpassem tudo por ela, no
trabalho e também em sua casa, que não se apercebeu de todo da porcaria que fizera.
Havia cabelos por toda a parte.
— Desculpa, Sabrina. Eu limpo tudo.
— Desculpa — acrescentou Annie, desejosa de poder ajudar, mas não havia como poder
ver os cabelos, nem mesmo senti-los, para poder ajudar as irmãs a limpar o quarto.

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