irmãs fossem morar juntas. Havia a possibilidade da situação se transformar num
verdadeiro drama e num caos de proporções gigantescas, ou de se assemelhar a um
dormitório de um colégio interno para raparigas. Chris queria um tempo a sós com
Sabrina e estava com medo de não conseguir ter nenhum durante o próximo ano. Era uma
ideia assustadora, mas não queria aborrecê-la exprimindo os seus receios, ou
queixando-se. Sabrina já tinha muito com que preocupar-se e Chris não queria
acrescentar-lhe mais ralações. Mas, à semelhança de Sabrina, também ele andava a
receber pouca atenção.
Chris deitou-se ao lado de Sabrina, acariciou-lhe o cabelo, massajou-lhe as costas e cinco
minutos depois ela estava a dormir profundamente, e ele ao seu lado perguntava-se se
alguma vez chegariam a casar-se. Ter total responsabilidade por toda a família era pouco
provável que ajudasse alguma coisa no seu caso. Chris iria dar-lhe alguns meses para as
coisas se acalmarem e depois conversaria com ela sobre o assunto. Chris queria casar-se e
constituir uma família. E um dia destes queria que Sabrina se consciencializasse disso e
mudasse de opinião sobre o casamento. Não queria que ela perdesse a oportunidade de
ter filhos por ter medo e por já ter visto demasiados casos de divórcios execráveis e
pavorosas batalhas pela custódia dos filhos no seu emprego. Não havia mais desculpas
que ela pudesse inventar. Não agora, depois de três anos juntos. Em circunstâncias
normais, tinham ambos uma relação maravilhosa e Chris queria mais. O seu pior receio
era que as coisas nunca mais voltassem ao normal e que as irmãs de Sabrina se tornassem
a sua vida.
Quando Sabrina acordou na manhã seguinte, Chris já não estava em casa. Tinha uma
reunião muito cedo, ao pequeno-almoço, com o seu assistente no caso para pô-lo a par de
todos os pormenores. Deixara-lhe um bilhete, aconselhando-a a ir com calma. Sabrina
sorriu quando o leu. Dizia que iria encontrar-se com ela em Connecticut na sexta-feira à
noite. E depois regressaria à cidade com ela no sábado para ajudá-la com a mudança. Iria
ser um fim-de-semana de loucos. Candy iria até à cidade para ajudar. E o pai ficaria a
tomar conta de Annie, ou vice-versa. Sabrina só esperava que eles ficassem juntos e não
acontecessem desastres de monta. Já não possuía a mesma fé na vida — de que as coisas
ficariam bem — que tinha há um mês atrás. A morte da mãe mostrara-lhe que tudo podia
mudar numa fracção de segundo. A vida podia acabar. Bastava ver o que acontecera a
Annie.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1