Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

CAPÍTULO 14


Candy, Chris e Sabrina saíram de Connecticut às seis horas da manhã de sábado. Chris
conduzia, Sabrina verificava a sua lista interminável e Candy limava as unhas. Disse que
marcara uma massagem no seu health club para aquela mesma tarde.
— Como podes preocupar-te em marcar uma massagem? — perguntou Sabrina com olhar
de pânico. — Vamos mudar de casa!
— Tudo isto é muito desgastante para mim — respondeu Candy com calma. — Não
processo bem a transição para novos lugares. O meu antigo terapeuta dizia que isso tinha
algo a ver com a mãe ser mais velha quando me teve. As mudanças são uma coisa muito
traumática para mim. Também nunca costumo dormir bem em hotéis.
— E então precisas de uma massagem? — replicou Sabrina olhando para a irmã com uma
expressão de perplexidade.
Detestava aquelas porcarias espirituais — carma, aromaterapia, incenso, experiências
recriadas do ventre materno. Era uma pessoa demasiado prática para escutar tudo aquilo
sem conseguir conter-se e dizer algo de desagradável. Chris sorriu para dentro ao olhar
para a cara de Sabrina. Conhecia-a muito bem e Candy também.
— Eu sei que tu achas tudo isto um disparate, mas ajuda-me. Preciso de me manter
centrada. Depois disso, tenho hora marcada na manicura e na pedicura.
— As pedicuras ajudam-te a que te mantenhas centrada? — perguntou Sabrina já a
começar a deitar fumo pelas orelhas.
Eram apenas seis e meia da manhã e, em parte, devia ser por isso. Tinha ficado a pé até às
duas da manhã a ajudar Annie a fazer as malas e a terminar um trabalho que trouxera
À do escritório para fazer em casa. O trabalho de Sabrina nunca estava pronto. E agora
sentia-se extremamente cansada, quando ainda nem sequer haviam começado. O camião
das mudanças iria chegar às oito horas para entregar tudo o que haviam escolhido levar
no dia anterior. Tudo o que Candy ia levar era uma pilha de malas e dois baús Louis
Vuitton que lhe foram buscar ao seu apartamento. Só ia levar roupas. A decoração estava
a cargo de Sabrina e do senhorio.
— Elas massajam-me os pés quando vou à pedicura — respondeu Candy empertigada e
com afectação. — Sabias que todos os teus centros nervosos se situam nos pés? É possível
curar quase tudo com uma massagem aos pés. Li um artigo fantástico sobre isso na
Vogue.
— Candy, eu adoro-te, mas se não te calas, sou capaz de ter que te matar. Tive de tratar
de quatro casos esta semana, a minha secretária despediu-se, Annie teve dúzias de birras
e o pai não pára de chorar há um mês. Empacotei todas as coisas no meu apartamento,
Beulah e Zoe ficaram de diarreia e sujaram-me a casa toda e eu tive que limpar, coisa que
não fizeste, se me permites acrescentar, tenho uma dor de cabeça horrível e hoje vamos
mudar de casa. Por favor, não me digas mais nada sobre pedicuras e não me enerves.
— Estás a ser deveras hostil e muito má — respondeu Candy com lágrimas nos olhos — e
isso só me faz sentir ainda mais saudades da mãe.
Candy ia sentada no banco traseiro do Range Rover de Chris e Sabrina voltou-se para trás
para olhar para irmã com um suspiro.
— Desculpa. Só estou cansada. Também eu sinto saudades da mãe. Estou preocupada

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