Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Está bem?
— Estou óptima. Muito obrigada.
— Gostou das suas aulas?
— Gostei — respondeu Annie e sorriu.
Não lhe contou que tinha ido parar à aula sobre preservativos. Ainda não o conhecia o
suficiente para isso.
— Constou-me que é fluente em italiano e que viveu em Florença.
Aquele homem parecia saber tudo sobre ela e Annie mostrou-se surpreendida.
— Como sabe isso?
— Está na sua ficha e eu leio-as todas. Interessei-me pelo facto, porque passei muito
tempo em Roma. O meu avô foi o embaixador americano em Roma quando eu era
pequeno. Costumávamos visitá-lo no Verão.
De repente, Annie ficou curiosa e decidiu perguntar-lhe, visto que ele sabia tantas coisas a
seu respeito, até mesmo que tinha caído à chegada.
— Você é cego?
— Não, não sou. Mas os meus pais eram ambos cegos. Construí esta escola em sua
memória, com um legado que eles deixaram para esse efeito. Morreram os dois num
desastre de avião quando eu andava na faculdade.
— Isso é fenomenal da sua parte.
Annie estava deveras impressionada, e ele parecia ser boa pessoa. Annie ficou comovida
por ele se ter incomodado em vir falar consigo, em ter lido a sua ficha de inscrição antes
de se lhe dirigir e até mesmo por saber da sua queda. Brad estava bem informado, em
especial no que respeita a uma escola daquelas dimensões.
— Crescemos de forma considerável desde que abrimos as portas. Só existimos há
dezasseis anos. Espero que lhe agrade e se houver alguma coisa que eu possa fazer por si
enquanto estiver connosco, diga-me.
— Obrigada — respondeu Annie com ar reservado. Não se teria atrevido a chamar-lhe
Brad. Não fazia ideia de quantos anos ele teria. No entanto, era o fundador da escola, por
isso Annie partiu do princípio de que não seria muito jovem; além disso, tinha voz de
homem e não de rapaz como Baxter, por isso não podia assumir um tom galhofeiro, nem
pretendia parecer mal-educada.
O guia regressou ao edifício para vir buscá-la enquanto ambos conversavam. Tinha um
táxi à espera lá fora. Este cumprimentou Brad em tom formal, Annie despediu-se e o guia
levou-a até à rua e ajudou-a a entrar no táxi. Annie agradeceu-lhe e deu a morada ao
motorista. Tal como prometera que faria, telefonou para o escritório de Sabrina para lhe
contar que já estava a caminho de casa.
— Como correram as coisas? — perguntou Sabrina, parecendo ansiosa.
Andara preocupada com a irmã durante todo o dia.
— Correram bem — respondeu Annie reservada, depois sorriu no banco traseiro do táxi.
— Correram bem... correu tudo bastante bem.
— Bem, fico feliz em ouvir isso — disse Sabrina, sorrindo, aliviada. — Senti-me como se
tivesse mandado a minha filha única acampar. Estive uma pilha de nervos o dia todo.
Estava com receio de que odiasses, ou que alguém fosse indelicado contigo. O que
aprendeste?

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