do sublime ao ridículo. Tammy nunca se queixava, levava tudo com bom humor e estava
feliz por ter arranjado um emprego. Além disso, Irving Solomon, o produtor executivo, era
um homem razoavelmente decente com quem se podia trabalhar.
Naquela semana, Tammy foi convidada para sair por outro homem. Este era bastante
atraente, casado e enganava a mulher, muito embora lhe tenha explicado que tinham um
casamento aberto e que a mulher compreendia.
— Ela talvez compreenda — respondeu Tammy em tom brusco. — Mas eu não. Não faz o
meu estilo, mas obrigada na mesma.
Tammy repeliu-o e, mais do que lisonjeada, sentiu-se insultada. Sempre se sentia assim
quando homens casados a convidavam para sair, como se ela fosse uma pega barata, com
quem eles pudessem passar um bom bocado e depois voltarem para casa, para as suas
mulheres. Se alguma vez arranjasse alguém, o que começava a parecer-lhe improvável,
queria que fosse um homem só para si e não um que roubasse ou pedisse emprestado a
outra pessoa. Tammy acabara de fazer trinta anos e ainda não estava em pânico por causa
disso.
Por ocasião do trigésimo quinto aniversário de Sabrina, ela e Chris foram passar o
fim-de-semana fora e ele ofereceu-lhe uma lindíssima pulseira Cartíer em ouro, que
Sabrina nunca tirava do braço. As coisas estavam, como sempre, bem entre os dois,
apesar de Chris dormir ali em casa com menos frequência do que quando ela morava
sozinha. Sabrina recordava-lhe com regularidade que era apenas por um ano, até Annie se
adaptar, e Chris raramente se queixava ou tecia qualquer comentário. A única coisa que
ainda o incomodava de vez em quando era Candy a deambular pela casa seminua,
esquecendo-se do facto de que havia um homem ali entre elas. Eram tantas as pessoas
que a viam nua ou, pelo menos, em topless, durante os desfiles de alta-costura ou nas
sessões fotográficas, que Candy, de facto, não se importava. Mas Chris importava-se. E
apesar de gostar de todas elas, a sua matilha de cães por vezes enervava-o. Isso e a falta
de privacidade, com Tammy a dormir no mesmo andar. Por vezes, isso constituía um
desafio para Chris.
A única coisa que as perturbou foi o homem com quem Candy chegou a casa no início de
Novembro, quando regressou de uma sessão fotográfica de três dias no Havai. Sabrina
disse que já tinha lido umas coisas acerca dele. Tammy nunca ouvira falar dele e Annie
declarou que ele lhe causava uma sensação de arrepios, mas uma vez que não podia vê-lo,
não conseguia precisar a razão por que isso acontecia. Annie disse que ele lhe soava a
falso, tal como a Leslie Thompson quando visitara o pai com a tarte. Era uma espécie de
doçura melosa e viscosa, como Annie descreveu, como se ele tivesse uma segunda
intenção oculta.
O homem declarou que era um príncipe italiano e tinha sotaque, o príncipe Marcello di
Stromboli. Aquele nome não pareceu nada real a Sabrina e todas ficaram chocadas
quando perceberam que ele tinha quarenta e quatro anos de idade. Candy afirmou que o
conheceu pela primeira vez em Paris, numa festa dada pelo estilista Valentino e conhecia
outra modelo que namorara com ele, que lhe disse que ele era muito simpático e gentil. O
homem levou Candy a todos os lugares da moda de Nova Iorque e também a algumas
festas fabulosas. Saíram ambos nos tabloides quase imediatamente, e quando Sabrina
questionou a irmã com um ar preocupado, Candy respondeu que estava a divertir-se
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1