Numa tentativa de tranquilizá-los, porém sem sucesso, Marlene disse:
— A última a quem Marcello fez isto estava bem pior. Fora espancada por ele.
Nesse preciso momento começaram a ouvir as sirenes e poucos instantes depois a polícia
e os paramédicos entraram no quarto. Examinaram Candy, aplicaram-lhe uma injecção
intravenosa, puseram-na a soro, colocaram uma máscara de oxigénio sobre o seu rosto,
acomodaram-na numa maca e em seguida abandonaram o quarto com as irmãs de Candy
bem coladas aos seus calcanhares, enquanto os polícias algemavam Marcello e ouviam os
depoimentos de Marlene e de Chris descrevendo a cena com que haviam deparado.
Saíram do apartamento, seguidos por Marlene e por Chris. Este declarou em voz sumida
que nem sequer lhe passava pela cabeça que iriam encontrar uma situação como aquela.
Marlene esperava que não, mas já receava que fosse isso mesmo que tivesse acontecido.
As raparigas já se tinham ido embora na ambulância, ao mesmo tempo que Marcello era
enfiado num carro da polícia e era levado dali. Levaram Candy para o
Columbia-Presbyterian Hospital e Marlene e Chris apanharam um táxi à pressa para irem
ter com elas ao hospital.
O cenário no hospital era sinistro — ferimentos de bala, dois esfaqueamentos, um homem
que acabara de morrer vítima de um ataque cardíaco. Apressaram-se a levar Candy para a
unidade de traumatologia, enquanto as irmãs esperavam lá fora. Depois de tudo o que
passaram naquele Verão com a mãe e com Annie, esta era uma cena de déjà vu para
Tammy e para Sabrina.
Nesse momento, o médico veio falar com elas e as notícias eram melhores do que elas
temiam, embora não fossem boas. Como podiam muito bem imaginar, Candy fora
violentada. Os seus ferimentos eram superficiais, não partira nada e fora fortemente
drogada. O médico disse que Candy só voltaria a si passadas mais vinte e quatro horas e
depois poderiam levá-la para casa. Haviam tirado fotografias de todos os seus ferimentos
e hematomas para os arquivos da polícia. No entanto, o médico comunicou-lhes que não
haveria lesões físicas permanentes, apenas o trauma emocional que Candy sofrera, que,
sem dúvida, era considerável. A única boa notícia era o médico ter a certeza quase
absoluta de que ela estivera inconsciente durante grande parte do tempo em que
Marcello lhe fizera aquilo, por isso não se recordaria de nada, o que era uma bênção.
As duas irmãs estavam lavadas em lágrimas ao ouvirem as declarações do médico e o
mesmo acontecia com Marlene. Chris estava furioso, ostentando um olhar assassino.
Apetecia-lhe matar Marcello por ter feito uma monstruosidade daquelas com uma garota
tão impecável como Candy.
— Vocês não têm noção do número de modelos a quem isto acontece — declarou
Marlene em tom sombrio. — De uma maneira geral, as vítimas são as mais jovens que não
sabem como proteger-se.
— Candy achava que ele era um tipo fantástico — disse Tammy, enxugando os olhos.
Os polícias disseram-lhes que voltariam a falar com eles de manhã. Tammy ofereceu-se
para ficar com a irmã, para que Chris e Sabrina pudessem voltar para casa para junto de
Annie e Marlene também quis ficar. Tammy afirmou que não seria necessário, mas a
mulher mais velha insistiu e as duas ficaram sentadas, uma de cada lado, à cabeceira de
Candy a noite toda, falando baixinho sobre os perigos do mundo enquanto Candy dormia.
Eram dez da manhã quando Candy começou a mexer-se. Não fazia ideia de onde se
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1