Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

As mulheres estavam atrás de Chris, onde Marcello não as pudesse ver.
— Isso é ridículo — declarou ele, ao mesmo tempo que retirava a corrente. — E quem
acha o senhor que eu raptei, senhor guarda?
Marcello não pedira para ver o distintivo, nem qualquer tipo de identificação, mas o ar de
Chris inspirava respeito, ali de pé, de casaco escuro e jeans. Era um homem com uma
magnífica constituição física, estava em excelente forma e transmitia um ar de autoridade
quando se dispunha a isso. E nesse preciso momento era assim que se mostrava, apesar
de achar que eram todos doidos. Contudo, estava a fazê-lo por Sabrina. A porta foi então
escancarada. Chris entrou no apartamento para que ele não pudesse fechar-lhes a porta
na cara. Era muito mais alto do que Marcello, com pelo menos mais vinte quilos e muito
músculo tonificado do que o dono da casa, o que revertia a seu favor. Marlene entrou
atrás de Chris, chegou perto de Marcello e não se poupou nas palavras.
— Não te processei da última vez, porque a garota tinha dezassete anos e seria demasiado
duro para ela. Mas esta não tem. É muito capaz de apresentar queixa contra ti e eu
também. Onde está ela?
— Onde está quem? — perguntou Marcello, parecendo pálido, mas era óbvio que
conhecia e odiava Marlene.
— Segure-o — disse Marlene a Chris e entrou pelo apartamento, como se fosse a dona.
— Eu é que vou apresentar queixa de ti! — gritou-lhe Marcello. — Estás a invadir o meu
apartamento!
— Foste tu que nos deixaste entrar — respondeu Marlene enquanto corria pelo corredor.
Marcello agia como se Tammy e Sabrina não existissem, enquanto Chris o observava com
atenção, e depois começou a correr atrás de Marlene pelo corredor. Era tarde de mais.
Marlene abriu a porta do quarto, adivinhando correctamente onde se situava e encontrou
Candy inconsciente, com fita adesiva a tapar-lhe a boca e de braços e pernas atados com
cordas a uma cama de quatro colunas. Parecia estar morta. E Marcello ficou com um ar de
pânico total quando os outros seguiram Marlene até ao quarto. Candy estava nua e
desmaiada, certas partes do seu corpo apresentavam ferimentos e hematomas graves, e
estava com as pernas bem abertas. As duas irmãs soltaram um grito e Chris agarrou em
Marcello pelo colarinho e atirou-o de encontro à parede.
— Seu grandessíssimo filho-da-mãe — bradou ele através dos seus dentes cerrados,
empurrando Marcello com toda a força. —Juro que te mato se a tiveres matado.
Sabrina estava a soluçar ao mesmo tempo que ajudava Marlene a desamarrar a irmã.
Candy não dava qualquer sinal de ir recobrar os sentidos, enquanto Tammy ligava para o
112 com mãos trémulas, tentando descrever o que haviam descoberto. Mal conseguia
respirar. Marlene verificou o pulso de Candy pondo-lhe os dedos no pescoço e percebeu
que ela estava viva. A cabeça de Candy pendeu-lhe sobre o peito quando a desamarraram
e depois cobriram-na com um lençol, A ambulância disse que chegaria dentro de cinco
minutos.
— Chama a polícia — disse Chris a Tammy, enquanto segurava Marcello pelo pescoço de
encontro à parede, quase a sufocá-lo.
— A polícia vem com a ambulância — respondeu Tammy com a voz entrecortada.
Candy continuava a parecer morta, mas Marlene afirmou em voz baixa que Candy havia
sido drogada. Era possível que Marcello acabasse por matá-la, mas ainda não o tinha feito.

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