CAPÍTULO 22
No último dia de aulas antes das férias de Natal, Brad Parker deteve Annie no átrio para se
despedir.
— Tenha um óptimo Natal, Annie! — desejou-lhe ele, apesar de saber que a época festiva
iria ser difícil nesse ano.
E depois fez uma coisa que nunca fazia. Brad tinha uma regra bastante rígida no que
concernia ao ambiente da escola, mas quebrou-a por causa de Annie. Pensara muito nela
desde aquele dia em que a ajudara a arranjar uns jeans enxutos. Annie era uma rapariga
agradável, inteligente, simpática e parecia bastante madura para a sua idade. Além de que
passara por experiências muito duras nesse ano. Mais do que Brad imaginava. A recente
tragédia com Candy também a abalara.
— Estava a pensar se gostaria de tomar um café comigo um dia destes, enquanto
estivermos de férias.
O período de férias seria de três semanas.
A princípio, Annie ficou surpresa e chocada, não sabendo o que dizer, por isso aceitou.
Não queria ser mal-educada com Brad, sendo ele o director da escola e tudo. Annie
sentiu-se como uma garota, quando Brad a convidou. Mas Annie já não era uma criança.
Crescera de forma incomensurável nesse ano e, antes disso, vivera sozinha.
— Tenho o seu telefone nos arquivos. Eu ligo-lhe. Talvez lá mais para o fim desta semana.
Não sei se gosta de doces, mas eu sou terrivelmente guloso. Conheço um lugar muito
engraçado e agradável chamado Serendipity. As sobremesas deles são um escândalo.
— Gostaria muito — respondeu Annie. Pareceu-lhe um convite inofensivo. Brad não iria
atacá-la a uma mesa com chocolate quente e tarte de maçã. Pelo menos, esperava que
não. A experiência de Candy transtornara-as, a todas. Todavia, Annie sabia que Brad
Parker era confiável. Até mesmo as irmãs não levantaram quaisquer objecções.
Muito pelo contrário. Quando Brad telefonou a Annie nessa mesma noite, elas soltaram
gritinhos, gracejaram e endoideceram, o que só embaraçou Annie quando esta desligou o
telefone. Estiveram todas à escuta enquanto ela e Brad marcavam o encontro.
— São cem dólares, se fazes favor — disse Sabrina e tocou-lhe na mão.
Annie parecia estar furiosa.
— De quê?
— Fizemos uma aposta em Julho. Eu disse que arranjarias um namorado no espaço de seis
meses e tu afirmaste que não. Apostámos cem dólares. Foi há exactamente cinco meses e
uma semana. Trata mas é de me pagares.
— Espera lá! Isto não é um namoro. É um café com o director da escola onde eu ando.
Não é um namorado.
— O tanas, que não é — insistiu Sabrina. — Nunca especificámos os pormenores.
Ninguém mencionou que tinha de ser um encontro para uma festa com traje a rigor, ou
um jantar. Ires tomar um café é sair com um homem.
— Ai isso é que não é! — declarou Annie com firmeza.
No entanto, Candy e Tammy ficaram do lado de Sabrina e disseram a Annie que ela teria
de pagar a aposta. Para grande alívio de todas, Candy estava relativamente bem. Os
ferimentos e os hematomas estavam a sarar e a disposição dela era razoável, tendo em