Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

seu relógio biológico. E também não tinha pressa.
Tammy era a que ficava nervosa por deixar passar a oportunidade de ter filhos, caso não
encontrasse o homem certo. No Natal, admitira que um dia recorreria a um banco de
esperma se fosse preciso. Não queria perder a oportunidade de vir a ter filhos, só porque
nunca encontrara um homem com quem quisesse casar. Contudo, ainda era cedo para
isso e as irmãs aconselharam Tammy a não entrar em pânico, caso contrário, acabaria por
arranjar de novo um homem errado. Tammy fizera isso com alguma frequência e agora
parecia ter desistido por completo. Ela afirmava que os homens que conhecia eram todos
demasiado doidos e Sabrina não discordava, pelo que havia visto deles ao longo dos anos.
Achava que todos os homens de Tammy eram uns trastes.
Felizmente, não havia nada de doido nem de desprezível em Chris. Todas elas
concordaram nesse aspecto. Quando muito, Sabrina era muito mais louca do que ele, pelo
menos no que respeitava à sua relutância em relação ao casamento. Naquele momento,
ainda não queria um marido ou um bebé. Por agora e da forma como as coisas estavam,
só queria Chris, e talvez o quisesse mesmo assim para sempre. Não queria que nada
mudasse entre eles.
— O que vais fazer esta noite? — perguntou a Chris pelo telefone enquanto enfrentava o
trânsito.
A este ritmo iria levar uma eternidade para lá chegar, mas era agradável conversar com
ele. Sempre era. Raramente discutiam e quando o faziam, não demoravam muito a fazer
as pazes. Nesse aspecto, Chris também era como o seu pai. O pai odiava discussões de
qualquer tipo, em especial com a mulher ou até mesmo com as filhas. Era o homem mais
calmo e mais afável do planeta com quem se podia conviver e Chris também.
— Pensei em cozinhar qualquer coisa para o meu jantar, ver um desafio na TV e depois ir
para a cama. Estou morto.
Sabrina sabia o quanto ele andava a trabalhar num caso relativo a uma empresa
petrolífera. Era sobre poluição ambiental e o processo iria arrastar-se por anos. Chris era o
advogado principal do caso e granjeara muita publicidade à conta disso. Sabrina estava
muito orgulhosa dele.
— Como está a Beulah?
Sabrina lançou um olhar para o lugar ao seu lado e sorriu.
— Adormeceu. Estava furiosa comigo quando cheguei a casa. Atrasei-me. És muito mais
paciente com isso do que ela.
— Há-de perdoar-te quando for brincar no relvado e correr atrás dos coelhos.
Beulah tinha nos genes o sangue de uma caçadora, muito embora fosse uma cadela
urbana e a única coisa que alguma vez perseguia eram os pombos, quando Chris a levava a
dar umas corridas no parque.
— Vou obrigá-la a fazer um pouco de exercício amanhã quando chegar.
— E ela está bem precisada. Está a ficar gorda — respondeu Sabrina.
Ao dizer isto, Beulah acordou e desequilibrou-se no banco quando o carro deu um
solavanco à frente; olhou para Sabrina, como se tivesse ouvido o que ela estava a dizer e
ficou ofendida outra vez.
— Desculpa, Beulah, não era isso exactamente que eu queria dizer.
Então, a cadela voltou a enroscar-se no assento do carro com um sonoro gemido e voltou

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