Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

óptimos resultados, devo admitir. Não sei onde vocês foram buscar tanto amor pelo
trabalho. Não me parece que eu ou o teu pai tenhamos trabalhado tanto como vocês as
duas.
— Obrigada, mãe.
A mãe era sempre pródiga em elogios. Tinha muito orgulho nas suas quatro filhas, e todas
elas, cada uma à sua maneira, eram muito bem-sucedidas no que faziam. Mais importante
de tudo, as quatro eram felizes e haviam encontrado o seu lugar no mundo. A mãe nunca
estabelecia comparações entre as filhas, nem mesmo quando eram crianças, e via cada
uma delas como seres individuais, com talentos e necessidades diferentes. Isso melhorou
muito a sua relação com elas agora. E cada uma delas, à sua maneira, era louca pela mãe.
Era como uma melhor amiga, mas ainda melhor. Todas tinham o seu amor e a sua
aprovação incondicionais e nunca perdia a noção de que era mãe delas e não uma amiga.
Sabrina gostava disso assim e todas as suas amigas também gostavam da sua mãe.
Quando eram pequenas, todas as suas amigas adoravam ficar em sua casa e sabiam que
eram sempre bem-vindas lá, desde que fossem educadas e bem-comportadas. A mãe
nunca tolerara bebidas alcoólicas nem drogas quando elas eram jovens e, salvo raras
excepções, as suas amigas sempre respeitaram as regras. E quando não as respeitavam, a
mãe mostrava-se dura e inflexível.
Passava pouco das dez horas da noite quando Sabrina subiu a alameda e parou o
automóvel diante da casa. Deixou Beulah sair do carro e encaminhou-se para a piscina,
onde sabia que encontraria alguém. As raparigas estavam dentro de água e os seus pais
estavam sentados em espreguiçadeiras, conversando com elas. A chegada de Sabrina foi
saudada com entusiasmo e gritos de alegria. Candy pulou da piscina e abraçou-a; Sabrina
ficou logo encharcada e então abraçou e beijou Annie e as três raparigas riram com
satisfação. Annie disse que valera a pena a viagem desde Florença só para vê-la e disse
que Sabrina estava com óptimo aspecto. Cortara o seu cabelo negro, quase azeviche, que
lhe batia nos ombros, mas que antes fora mais comprido. Em criança, Annie sempre dizia
que Sabrina parecia a Branca de Neve, com pele branco-leitosa, cabelo escuro como
azeviche e grandes olhos azuis, iguais aos da Candy. Os olhos do pai eram azuis. Tanto os
olhos de Tammy como os de Annie eram verdes como os da mãe. E o cabelo da mãe era
tão ruivo como o de Tammy, apesar do dela ser sempre liso. Agora usava-o curto. Tammy
era a única na família com cabelo encaracolado e revolto e detestava-o quando era
pequena. Durante anos passara o cabelo a ferro. Agora limitava-se a deixá-lo crescer
rebelde, numa massa de caracóis macios. Sabrina sempre invejara o cabelo de Tammy. O
de Sabrina era espesso, escuro e liso. Tal como as irmãs, mas de uma maneira totalmente
diferente, era uma belíssima mulher. Possuía longas pernas e uma silhueta esbelta. Não
era tão alta como Candy, mas também era alta. Tammy era baixa, como a mãe e Annie
situava-se algures entre as duas, com uma estatura mediana, mas também era uma
rapariga de beleza invulgar.
— Então que história é essa de Charlie? — perguntou Sabrina a Annie, enquanto
balouçava os pés à beira da piscina e a mãe lhe entregava um copo de limonada.
Estava encantada por ter três das suas filhas em casa e a quarta apenas a umas horas de
distância. Era isso que ela mais gostava: ter toda a sua família no mesmo lugar. Olhou com
ternura para o marido, que lhe sorriu. Ele sabia o quanto aquilo significava para ela.

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