Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

CAPÍTULO 1


A sessão fotográfica na Place de la Concorde, em Paris, iniciara-se às oito horas da manhã
e ainda continuava. Haviam encerrado e isolado com um cordão uma área em torno de
uma das fontes, e um gendarme parisiense, de aspecto enfadado, estava de pé a vigiar os
procedimentos. A modelo ficou de pé na fonte durante horas a fio, saltando, salpicando
água, rindo e atirando a cabeça para trás num jeito de alegria ensaiada e, sempre que o
fazia, mostrava-se convincente. Envergava um vestido de noite arregaçado até aos joelhos
e uma estola de visom. Uma potente ventoinha a pilhas fazia-lhe esvoaçar o seu longo
cabelo louro numa abundante cabeleira atrás de si.
Os transeuntes que por ali passavam paravam e olhavam, fascinados com aquela cena,
enquanto uma maquilhadora, vestida com um top e uns calções, subia e descia da fonte
para manter perfeita a maquilhagem da modelo. Por volta do meio-dia, a modelo
continuava a aparentar o ar de quem estava a divertir-se imenso, à medida que ia rindo
com o fotógrafo e os seus dois assistentes entre as diversas sessões, assim como diante da
câmara. Os automóveis abrandavam ao passarem pelo local, e duas adolescentes
americanas, que iam a passar, pararam e olharam espantadas ao reconhecerem a modelo.
— Oh meu Deus, mãe! É a Candy — gritou a mais velha das duas raparigas num tom pleno
de admiração.
Eram de Chicago e estavam a passar férias em Paris, mas até os parisienses reconheciam
Candy com toda a facilidade. Ela era a supermodelo mais bem-sucedida na América e
também no cenário internacional e era assim desde os seus dezassete anos. Candy tinha
agora vinte e um anos de idade e acumulara uma fortuna trabalhando como modelo em
Nova Iorque, em Paris, em Londres, em Milão, em Tóquio e numa dúzia de outras cidades.
A agência mal conseguia dar conta do volume de trabalhos para que a modelo era
convocada.
Figurava na capa da Vogue pelo menos duas vezes por ano e estava constantemente a ser
requisitada. Candy era, sem sombra de dúvida, a modelo mais famosa e mais desejada do
mercado e era também uma celebridade até mesmo para todos aqueles que sabiam
pouco acerca de moda.
O seu nome completo era Candy Adams, mas nunca usava o seu apelido, apenas Candy.
Não precisava de mais do que isso. Toda a gente sabia quem ela era, conhecia o seu rosto,
o seu nome e a sua reputação de uma das melhores e mais importantes modelos do
mundo. Conseguia dar a tudo um ar de diversão, quer tivesse que correr descalça pela
neve em biquini no frio gélido da Suíça, quer caminhasse em vestido de noite junto à
rebentação das ondas durante o Inverno de Long Island, quer estivesse a usar um longo
casaco de peles sob um sol abrasador nas colinas da Toscana. Fosse o que fosse que
fizesse, parecia sempre que estava a divertir-se imenso com isso. Ficar de pé na fonte da
Place de la Concorde em pleno mês de Julho era fácil, a despeito do calor e do sol matinal,
numa das tradicionais ondas de calor parisienses. A sessão fotográfica destinava-se a
outra capa da Vogue, a do mês de Outubro, e o fotógrafo, Matt Harding, era um dos
melhores do mercado. Já haviam trabalhado juntos centenas de vezes nos últimos quatro
anos e ele adorava fotografar com ela.
Ao contrário das outras modelos com uma importância semelhante à sua, Candy era

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