Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

atrás de si, como se tivesse pressentido que a campainha da porta anunciava algo
importante. Ficou intrigado quando viu os dois agentes com os uniformes da brigada de
trânsito.
— Senhor Adams?
— Sim. Passa-se alguma coisa?
Tammy reparou na cara do pai a ficar pálida, assim que Sabrina e Candy chegaram.
— Posso falar a sós com o senhor? — perguntou o polícia mais graduado, depois de tirar o
chapéu dentro de casa.
Tammy reparou que, embora fosse careca, era um homem de aspecto atraente mais ou
menos da idade do pai.
O polícia que estava com ele aparentava cerca de catorze anos.
Sem dizer uma palavra, o pai conduziu-os até à biblioteca que ele e a mãe utilizavam como
refúgio durante o Inverno. Era uma bonita sala forrada com painéis de madeira e com
uma lareira, repleta de livros antigos que há anos ambos coleccionavam. Havia dois
confortáveis sofás e vários cadeirões de couro. Jim sentou-se num deles e indicou-lhes a
ambos para que sentassem. Não fazia a mais remota ideia da razão por que os polícias ali
estavam. De repente, passou-lhe pela cabeça a ideia louca de que um deles iria ser preso e
não conseguia imaginar porquê. Esperava que nenhuma das raparigas tivesse feito alguma
asneira. Candy ainda era muito nova e era a única que ele poderia imaginar ter feito algo
do género. Talvez ela tivesse traficado drogas fazendo-as passar pela alfândega quando
chegou de Paris, ou então Annie devido ao espírito da sua vida artística. Esperava que não,
mas era a única coisa que lhe ocorria. As filhas andavam de um lado para o outro no
vestíbulo lá fora, com ar preocupado. Então, o polícia mais graduado respirou fundo,
apertando o chapéu na mão. Já há muito tempo que não fazia nada semelhante e era
sempre muito difícil.
— Lamento ter de lhe dizer, senhor Adams, mas houve um acidente há cerca de vinte
minutos na Auto-estrada 1, a cerca de oito quilómetros daqui.
— Um acidente?
Jim ficou lívido e no vestíbulo Sabrina agarrou nas mãos de Tammy e de Candy. O cérebro
do pai não estava a processar muito bem aquelas informações.
— Sim, senhor. Lamento. Quisemos vir comunicar-lhe em pessoa. Houve um acidente com
um camião: uma série de canos de aço soltou-se e causou uma colisão frontal em três
faixas da estrada. Alguns dos canos atravessaram um dos carros. A condutora era Jane
Wilkinson Adams, a sua data de nascimento era 11 de Junho de 1950. O senhor está
registado na DGV como sendo o parente mais próximo. Suponho que era a sua esposa.
A voz do polícia foi diminuindo de intensidade até se tornar quase inaudível e Jim fitou-o,
horrorizado.
— O que quer o senhor dizer com ela "era" a minha esposa? Ainda o é! — insistiu Jim.
— Ela teve morte imediata no acidente. Os canos atravessaram o pára-brisas do lado dela
e projectaram-na para fora do carro, que foi embater frontalmente em mais dois veículos.
Ela morreu com o impacto.
Não havia como dizer de outra forma. Os termos eram desagradáveis e horrendos. E, de
repente, o rosto de Jim contorceu-se de dor quando, finalmente, se deu conta do
sucedido e de tudo o que aquilo significava.

Free download pdf