Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

saiu, Sabrina telefonou-lhes e disse que tentariam ir até lá no dia seguinte para tratarem
de tudo o que era preciso, mas as circunstâncias eram difíceis, com a irmã em estado
crítico. Só esperava que não tivessem que providenciar dois funerais. Um já era
suficientemente mau, o da mãe, o que ultrapassou em muito os seus piores pesadelos e
os seus piores temores. Acontecera-lhes o pior que podia haver. Sabrina recusava-se a
pensar que Annie iria morrer também.
— Acho que uma de nós deveria levá-los para casa — disse Tammy para Sabrina, quando
estavam junto do bebedouro de água ao fundo do corredor onde Candy e o pai estavam
sentados.
Estavam os dois a começar a ficar um pouco tontos por causa do Valium que tinham
tomado e parecia que o pai ia adormecer. Fora demasiado para ele.
— Não quero deixar-te aqui sozinha — disse Sabrina com uma expressão preocupada no
olhar. — E também quero estar perto da Annie. Devemos ficar as duas.
— Não podemos fazer isso — respondeu Tammy com O seu sentido prático.
Acima de tudo, ela era uma rapariga pragmática e sensata mesmo em circunstâncias tão
terríveis e emocionais como aquela. E Sabrina também era dotada de muito bom senso.
Eram as duas muito diferentes, mas eram irmãs no mais profundo do seu ser e tinham
muito da mãe na sua maneira de ser. Ela teria lidado com aquela situação tal como elas. A
própria Sabrina estava ciente disso.
— Nenhum deles está em condições de ficar aqui. Temos que levá-los para casa e
metê-los na cama. Acho que tu e eu teremos que fazer turnos para estarmos aqui junto de
Annie. Não adianta ficarmos aqui as duas e deixarmos o pai e a Candy sozinhos em casa.
Não podemos fazer isso. Eles estão num estado deplorável. Além disso, a operação de
Annie vai durar várias horas. Acho que ela não sairá do bloco operatório antes das nove
ou dez horas da noite.
— Acho que vou telefonar ao Chris daqui. Ele pode ficar com eles esta noite, para tu
poderes voltar e estar aqui assim que a Annie sair da cirurgia. O Chris dá-se bem com o
pai. Ele era para vir de qualquer maneira, para a festa.
— Ai Jesus, temos de telefonar a toda a gente! Faltavam poucas horas para a festa e não
queriam ter umas cem pessoas a tocar-lhes à porta. Teriam de cancelar tudo.
— Se levares a Candy e o pai para casa — sugeriu Sabrina com sensatez — eu fico aqui e
faço os telefonemas. Não me resta mais nada para fazer. Só quero estar por perto caso
aconteça alguma coisa.
Tammy também queria ficar ali, mas o que Sabrina acabara de sugerir fazia todo o
sentido.
— Está bem. Quando o Chris chegar, pode ficar lá em casa e eu volto para ficar aqui
contigo, ou então podes ir para casa se ela estiver bem e fora de perigo.
— Não me parece que isso vá acontecer tão depressa — comentou Sabrina com tristeza.
— Acho que vamos viver na incerteza durante bastante tempo.
— Pois é, também acho — respondeu Tammy, parecendo destroçada.
Estavam as duas arrasadas. Só conseguiam obter algum consolo mantendo-se activas, tal
como a mãe. Annie e Candy eram mais parecidas com o pai: sonhadoras e mais
susceptíveis, muito embora Tammy nunca tenha pensado no pai nesses termos. Sempre
partira do princípio de que ele era forte, mas agora via que não era, e sem a mãe ele

Free download pdf