O coração dele começou a martelar enquanto ouvia e teve um pressentimento que o
aterrou. Gostava muito da família dela, tanto quanto da sua, ou talvez mais ainda. A
família dela era mais simpática para si e sempre foram maravilhosos durante todos
aqueles anos desde que ele e Sabrina estavam juntos.
— O que aconteceu?
Chris até estava com um medo de morte só de perguntar.
— Elas sofreram um acidente há umas duas horas.
Sabrina respirou fundo, mas a sua voz continuou a tremer e as lágrimas não paravam de
correr-lhe pelas faces. Com ele podia desabafar e agora não conseguia parar.
— Foi uma colisão frontal, qualquer coisa com um camião... a mãe teve morte imediata...
e Annie... — Sabrina mal tinha forças para continuar, mas forçou-se a fazê-lo. — Ela está
agora a ser operada ao cérebro e está em estado crítico. Está ligada a um ventilador. Eles
acham que ela pode ficar cega, caso sobreviva..
— Caramba! Oh meu Deus... Sabrina... querida, sinto muito... vou para aí o mais depressa
que puder.
— Não! — Sabrina quase lhe gritou. — Não conduzas muito depressa! Por favor! — disse
ela e em seguida desatou a chorar outra vez.
— Onde estás?
Chris desejou ter um helicóptero ou poder simplesmente teletransportar-se para junto
dela. Odiava todos os momentos que estava longe de Sabrina e sabia que demoraria
várias horas a lá chegar, na melhor das hipóteses. O trânsito do feriado era sempre
horrível na Merritt Parkway.
— Estou no Br dgeport Hospital. Na sala de espera da unidade de traumatologia.
— Quem está aí contigo?
O próprio Chris parecia estar também à beira das lágrimas, por causa dela. Não eram
casados, mas amava-a tanto como se fossem e tudo o que desejava era estar com Sabrina
agora e tomá-la nos braços.
— Acabei de mandar a Tammy para casa. A Candy e o meu pai estão um farrapo.
Demos-lhes um Valium. Além disso, a Annie vai ficar no bloco operatório até muito tarde.
É melhor se eu e a Tammy fizermos turnos.
— Posso ficar aí contigo, ou também posso ficar a tomar conta do teu pai e da Candy, se
preferires.
— Era isso que eu estava a contar que fizesses — disse Sabrina com um suspiro, sabendo
que podia sempre contar com ele. — Mas Chris... vens aqui primeiro? Preciso de ti
afirmou ela, debulhando-se em lágrimas outra vez e desta vez pôde ouvir que também ele
estava a chorar quando voltou a falar consigo.
— Sabrina, amo-te. Sinto muito que tudo isto te tenha acontecido. Vou para aí o mais
depressa que puder. Liga-me para o telemóvel enquanto eu for a caminho, sempre que
precisares. Vou desligar agora. E não te preocupes que vou guiar com cuidado. Prometo —
disse Chris e de repente lembrou-se de uma coisa. — O que vais fazer em relação à festa?
Era óbvio que teriam que cancelá-la, mas como? Chris sentiu-se esmagado só de pensar
nisso e tinha a certeza de que Sabrina sentia o mesmo.
— Tenho aqui comigo a agenda da minha mãe. Vou telefonar agora a toda a gente.
— Eu ajudo-te quando chegar aí, se não for demasiado tarde então.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1