Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

Quando estavam a arrumar a cozinha, Tammy apercebeu-se das saudades que iria sentir
das irmãs quando voltasse para LA. Apesar da ocasião triste, adorava estar com elas. Era
que se sentia mais feliz, no meio delas. E sempre que se encontrava com a família, a sua
vida na Califórnia parecia muito distante e sem significado. Era isto que tinha mais
importância para si. Era difícil comparar os dois mundos e, contudo, era aí que vivia e que
trabalhava e era aquilo que lhe parecia muito importante quando lá estava, em especial o
programa que ajudara a criar e que era tão valioso para si. Mas tudo aquilo não significava
nada em comparação com o que tinha ali. Tammy olhou para as irmãs quando estas
saíram da cozinha e Sabrina pôs-lhe um braço em redor dos ombros e deu-lhe um abraço.
— Vamos sentir saudades tuas quando fores embora. Eu sempre sinto.
— Eu também — respondeu Tammy com tristeza.
A sua vida na Califórnia parecia tão vazia sem as irmãs! Aqui, elas partilhavam as refeições
em família, podia falar com elas a qualquer hora do dia e o pai observava-as com
benevolência. Fazia-lhe lembrar a sua infância, que Tammy achara ter sido perfeita em
todos os aspectos e também tão rara. E nada mudara, excepto que agora todas elas
viviam espalhadas pelo mundo. Ou viveram — agora que iam morar todas juntas, quando
Annie saísse do hospital, mas ela estaria a viver a milhares de quilómetros de distância.
Porém, não havia outra hipótese. Não podia desistir de tudo o que construíra em Los
Angeles. Destruiria uma carreira que Tammy lutara e trabalhara tanto para construir. Era
uma escolha difícil que teria de tomar.
Os três cães saíram da cozinha uns atrás dos outros quando as irmãs subiram as escadas.
Parecia ter havido um período temporário de tréguas, mas Beulah e Juanita tornaram-se
as melhores amigas nos últimos dias. Zoe, a yorkie de Candy, nunca saía do seu lado, ou
estava sempre sentada no seu colo. Juanita e Beulah passaram a dormir juntas e a
chihuanua mordiscava na brincadeira as longas orelhas sedosas de beulah. Chegaram
mesmo a perseguir juntas um coelho no jardim das traseiras. Fizeram toda a gente rir. Zoe
era a mais elegante das três, com uma coleira a imitar diamantes e lacinhos cor-de-rosa.
Juanita era a mais feroz, e Chris comentou que Beulah ainda não parecera deprimida
desde que chegaram. Afirmou que a cadela precisava de irmãozinhos e era óbvio que não
gostava de ser filha única. Candy prometera mandar coleiras a imitar diamantes para as
outras cadelas, o que fez Chris revirar os olhos.
— Ela é um cão de caça, Candy, não é uma supermodelo.
— É preciso dar-lhe um pouco de estilo — respondeu Candy com um sorriso malicioso. —
Se calhar, é por isso que ela anda deprimida.
A velha coleira de cabedal de Beulah estava feia e gasta e assim que o mencionaram, o
basset olhou para cima e abanou a cauda.
— Estão a ver, ela entende-me. Conheço uma mulher fabulosa que confecciona as roupas
de Zoe em Paris. Hei-de tirar as medidas a Beulah antes de me ir embora e depois
trago-lhe qualquer coisa.
— Agora sou eu que estou a ficar deprimido. Estás a corromper a nossa cadela — declarou
Chris com firmeza.
Beulah era a única coisa que ele e Sabrina partilhavam oficialmente. Cada um tinha o seu
próprio apartamento, nunca partilhavam o dinheiro e tinham o cuidado de manter as
coisas de cada um separadas. Na qualidade de advogados, sabiam a confusão que causaria

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