se assim não fosse, caso alguma vez se separassem. Chris tinha uma opinião diferente e
preferiria que se casassem, quanto mais não fosse para proteger a cadela, como gostava
de dizer para provocar Sabrina. Mas até ao momento, o casamento não fazia
definitivamente parte dos seus planos e não faria por uns tempos.
— Porque não? — perguntou-lhe Tammy no dia seguinte, quando estavam sentadas à
mesa da cozinha a beber café.
Todos os outros tinham saído. O pai e Chris tinham ido tratar de uns assuntos e Candy fora
até um ginásio ali perto. Disse que estava a sentir-se arrasada por não ter feito as suas
sessões de Pilates durante a semana anterior e declarou que estava a engordar, o que
pareceu uma óptima notícia para todos os outros. Candy dizia que o seu corpo estava a
ficar flácido, ou pelo menos era assim que se sentia. Isso era muito difícil de acreditar aos
vinte e um anos.
— Não sei — disse Sabrina com um suspiro. — Simplesmente não me consigo ver a casar.
Todos os dias oiço falar de histórias terríveis, sobre como as pessoas se prejudicam, se
enganam, como costumavam amar-se e depois estragaram tudo quando se casaram. Não
é um quadro muito animador, por melhor e mais amoroso que Chris seja. Tudo é um mar
de rosas no começo e depois as coisas ficam um perfeito horror.
— Vê o exemplo da mãe e do pai — observou Tammy. Eles eram os seus modelos de um
casamento perfeito.
Ainda queria um casamento assim, se alguma vez chegasse a encontrar um homem como
o pai. Aqueles que conhecia em LA, em especial no mundo do espectáculo, eram todos
doidos, jogadores, narcisistas, ou, de uma maneira geral, péssimos fulanos de má índole.
Parecia que os tinha conhecido a todos. Tammy dizia que era um íman para tarados e
anormais, principalmente para tarados.
— Pois é, basta olhar a mãe e o pai — repetiu Sabrina, com uma expressão carrancuda. —
Eles eram perfeitos juntos. Como poderemos alguma vez arranjar algo assim? Só acontece
uma vez. A mãe também costumava dizer isso. Dizia sempre que eles eram uns sortudos.
Não tenho tanta certeza de ter a mesma sorte e, se não a tivesse, sentir-me-ia enganada e
traída. Não me contento com nada menos do que isso. Os pais colocaram a fasquia alto de
mais.
— Acho que o Chris se aproxima bastante. Encontraste um homem bom e fantástico. E
isso não é fácil. Além do mais, a mãe e o pai esforçaram-se para manterem a sua relação
como era. Não aconteceu assim sem mais nem menos. Eles costumavam discutir quando
nós éramos pequenas.
— Não era frequente. E, em geral, era sobre alguma coisa que nós tínhamos feito e de que
eles não partilhavam a mesma opinião. Como quando eu me esgueirava de casa à noite
durante a semana. O pai achava que ela deveria dizer alguma coisa e não deixar passar em
branco. A mãe pôs-me de castigo durante três semanas. Era muito mais exigente e severa
do que o pai.
— Talvez fosse por isso que eles se davam tão bem. No entanto, lembro-me
perfeitamente de eles terem discussões sérias. Por exemplo, uma vez, quando o pai
apanhou uma bebedeira na véspera de Ano Novo. Acho que a mãe esteve sem falar com o
pai durante uma semana.
Ambas se riram quando se lembraram daquele episódio. Mesmo depois de ter bebido
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1