Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

ideia de que, quando isso acontecesse, estaria cega. Não parava de dizer que estava
ansiosa que lhe tirassem as ligaduras dos olhos e sempre que falava nisso, as irmãs
choravam em silêncio. Quando as ligaduras fossem tiradas, o mundo de Annie continuaria
a ser escuro, para todo o sempre. Era uma tragédia sem tamanho e não havia palavras
que a conseguissem descrever.
Quando as três raparigas abandonaram o hospital ao final da tarde de sexta-feira, todas
aparentavam um ar cansado.
Todas haviam concordado em estar ali no dia seguinte quando o oftalmologista chegasse.
Quando as ligaduras fossem retiradas, Annie iria sentir como se toda a sua vida tivesse
chegado ao fim. As outras já começavam a temer por ela. E conversaram com o pai sobre
o assunto nessa noite. Concordaram entre si de que o pai não deveria estar presente. Iria
ser demasiada emoção para ele. Já tivera o seu quinhão de sofrimento, tendo que se
adaptar à perda da sua mulher. Quando Sabrina entrou na cozinha da casa dos pais, viu
que tinha duas mensagens da consultora imobiliária no telefone e pensou que isso era um
bom sinal. Retribuiu-lhe o telefonema e apanhou-a mesmo à saída de casa para ir passar o
fim-de-semana em Hamptons.
— Tentei entrar em contacto consigo o dia inteiro — queixou-se ela.
— Eu sei. Desculpe. Tenho andado numa roda-viva. O meu telemóvel estava desligado. Fui
visitar a minha irmã ao hospital e lá é obrigatório desligar os telemóveis. Encontrou
alguma coisa?
Parecia ser demasiado cedo, mas pelo menos já era um começo.
— Tenho duas opções muito interessantes para si. Penso que são ambas excelentes
escolhas, dependendo do que pretender. Não estava muito certa. Não falámos muito
sobre o bairro que pretendia, ou sobre a vizinhança e, por vezes, as pessoas têm ideias
bastante diferentes. Não estava muito segura do que teria em mente. Tudo o que me
disse foi para procurar em East Side. O que acha do centro?
— Em que parte do centro? — perguntou Sabrina, sem saber bem o que dizer, pois o seu
escritório situava-se pelas ruas Cinquenta e tal, em Park Avenue, e tanto ela como Chris
viviam a poucos quarteirões de distância um do outro na parte norte da cidade.
A baixa, ou o centro, faria com que fosse mais difícil para Chris ficar lá em casa, coisa que
fazia com frequência, mesmo nas noites que não passavam juntos. E quando Sabrina
trabalhava até tarde, ele passava lá por casa para levar a cadela à rua.
— Descobri um apartamento fabuloso no velho bairro do matadouro. Trata-se de um
apartamento já mobilado, mas os proprietários ainda não estão prontos para se mudarem
para lá. Querem vender a casa primeiro, por isso estão dispostos a alugá-lo por seis meses
ou por um ano. Está em óptimo estado, uma vez que tudo é novinho em folha.
Equipamento de primeira linha. É um apartamento de luxo e o prédio dispõe de piscina e
de um health club.
— Parece ser caro — respondeu Sabrina em termos práticos e a consultora não o negou.
— De facto é. Mas vale cada centavo.
Depois, mencionou o preço a Sabrina e esta assobiou.
— Uau! Isso está fora das nossas possibilidades. Preocupava-a o facto do preço ser tão
elevado. Mesmo
com a ajuda do pai, não poderiam nem chegar perto desse preço, muito embora Candy

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