— Foi. Estava no posto. Eu estava perguntando ao Pulinho se ele sabia onde
ou como eu poderia fazer algumas perguntas para a Menina do Brejo. Ele
respondeu que só ficava sabendo de última hora quando iria vê-la.
— Pulinho sempre foi bom com a menina. Duvido que vá nos dizer grande
coisa.
— Bom, eu perguntei se ele por acaso sabia o que ela estava fazendo na noite
em que o Chase morreu. E ele respondeu que na verdade sabia, sim, que ela tinha
ido ao posto na segunda manhã depois de Chase morrer, e que ele mesmo tinha
contado a ela que o rapaz estava morto. Disse que ela havia passado duas noites
em Greenville, inclusive a noite que Chase morreu.
— Greenville?
— Foi o que ele disse, e aí Tate, que ficou por perto durante todo o tempo, se
meteu na conversa e disse é, ela estava em Greenville, e foi ele quem mostrou
para ela como comprar a passagem de ônibus.
— Ora, isso é uma novidade e tanto — comentou o xerife Jackson. — E
muito conveniente os dois estarem lá com a mesma história. O que ela iria fazer
em Greenville?
— Tate falou que uma editora... Você sabe, ela escreveu um livro sobre
conchas e outro sobre aves... Bom, eles pagaram as despesas para ela ir até lá
encontrá-los.
— Difícil imaginar uma gente chique de editora querendo conhecer a Menina
do Brejo. Acho que deve ser bem fácil de verificar. O que o Tate disse sobre
ensinar ela a ler?
— Eu perguntei como ele conhecia ela. Disse que costumava pescar perto da
casa dela e que, quando descobriu que ela não sabia ler, ensinou.
— Hum. É mesmo?
— Enfim, isso muda tudo — disse Joe. — Ela tem um álibi. E dos bons. Eu
diria que estar em Greenville é um álibi muito bom.
— É. Aparentemente. Você sabe o que dizem sobre álibis bons. E nós temos
aquele pescador de camarão dizendo que a viu de barco indo bem na direção da
torre de incêndio na mesma noite em que Chase caiu lá de cima.
— Ele pode ter se enganado. Estava escuro. A lua só nasceu às duas da manhã.
Talvez ela estivesse em Greenville e ele viu outra pessoa num barco parecido com
o dela.
— Bom, como eu falei, essa suposta ida a Greenville deve ser fácil de verificar.
A tempestade abrandou até se transformar em gemidos e garoa; mesmo assim,
em vez de ir a pé até a lanchonete, os dois homens da lei pediram a um
mensageiro para buscar bolinho de frango, feijão-manteiga, abóbora ensopada,
caldo de cana e pães de minuto.
*
Logo depois do almoço, alguém bateu na porta do xerife. A Srta. Pansy Price a
abriu e entrou no escritório. Joe e Ed se levantaram. O turbante dela reluzia num