Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

reparar ainda mais a situação, referindo um boutique hotel a um quarteirão dali.
E que se veio a revelar um sítio com bom aspeto. Havia um homem com uma
cartola à entrada, pronto para lhes abrir a porta.
— Tens dinheiro? — perguntou Neagley.
— O Ratcliffe paga — retorquiu Reacher.
— Ele não sabe que aqui estamos.
— Telefonamos-lhe. Seja como for, devíamos fazer isso.
— De onde?
— De um quarto. Do teu ou do meu.
— Não vamos ter quarto nenhum. Não nos vão deixar fazer o check-in sem
termos dinheiro.
Reacher sacou do maço de dinheiro que tinha para as despesas quotidianas.
Registado como levado, mas nunca como devolvido. Uma quantia modesta.
Neagley trazia a mesma coisa.
Reacher afirmou:
— Arranjamos um quarto. Para já. Até o NSC ligar para o hotel.
Neagley hesitou por uns instantes e, a seguir, disse:
— Okay.
Entraram.


Nesse momento, o americano encontrava-se a três ruas de distância, a
abrandar o carro para parar à porta do franchisado de aluguer de automóveis que
tinham acabado de ver. Fizera uma pausa para almoçar em Groningen. Copo de
vinho incluído. Por isso mesmo, tinha deixado passar algum tempo, para que o
efeito esmorecesse. Só por via das dúvidas. As leis eram duras. Por isso, foi dar
um passeio. Era uma cidade bonita. E depois tinha prosseguido viagem,
atravessando a fronteira, simbólica, e apanhou a autoestrada que passava por
Bremen. Desfrutou de cada quilómetro. Como que um sentimento de nostalgia
prematuro. Não voltaria a ver a Europa nos tempos mais próximos. Se calhar,
nunca mais.

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