atravessado meio Atlântico. Todo contente por se ter safado.
Não sou dado a coisas políticas. Reacher sentiu-se manipulado. E disse:
— Vou pensar nisso. Mande entregar uma cópia da impressão ao hotel, só
por via das dúvidas.
— Não é preciso — respondeu Griezman.
Tirou um pequeno envelope do bolso interior.
— Está aqui uma cópia em película. E um cartão com o meu número.
Reacher pegou no envelope e guardou-o no bolso.
A seguir ao jantar, preferiram regressar ao hotel a pé e, por isso, Griezman
foi-se embora sem eles, no Mercedes do departamento. Fizeram um desvio pela
casa segura. Um simples passeio noturno. Um simples vislumbre pelo canto do
olho, ao passarem. Não é que soubessem qual seria o apartamento. Havia quinze
janelas plausivelmente relacionadas com o átrio em questão. Algumas estavam
às escuras. Numas, via-se o brilho azul da televisão. E, noutras, uma luz baixa e
acolhedora. Não havia gente à vista. Havia carros na rua, e um ou outro peão. O
início da noite, em plena cidade. Continuaram a andar.
Estava um carro azul parado à entrada do hotel. Um sedan da Opel. O carro
da polícia de Manuel Orozco. Que estava à espera deles no átrio.
— Preciso de lhes contar uma coisa.