Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Disseram que tinha sido um tipo num bar que lhas tinha arranjado.
— Também me disseram isso.
— E?
— E acredito neles?
— Então?
— Onde é que o tipo do bar as foi arranjar?
— Tens mesmo a certeza disto?
— Andei a perguntar. Discutimos o assunto. Há quem diga que é complicado
porque quando o Muro caiu, uma data de falsificadores comunistas ficou sem
trabalho. E eram muitíssimo bons. Havia documentos contrafeitos de toda a
espécie a sair da antiga Alemanha de Leste. Por isso, esses tipos agora andam a
trabalhar para outros patrões. Na melhor das hipóteses, para o crime organizado.
E, na pior, para os novos serviços secretos alemães. Seja como for, o melhor é
deixar isto de fora das linhas telefónicas. Não sabemos quem está a ouvir.
— Os serviços secretos alemães são capazes de arranjar pistolas sozinhos.
Não iriam precisar de mandar fazer identificações da tanga para um par de
vigaristas de segunda.
— Concordo. Mas vamos partir do princípio de que os serviços secretos têm
uma divisão para a criação de documentos. Como têm todos. E que os tipos que
lá trabalham são os excêntricos da praxe. Como são todos. Então e se um deles
for corrupto? E se fizer negócios nesse bar? A julgar pelo Billy Bob e pelo
Jimmy Lee, aquele sítio parece a bolsa. Compra-se, vende-se, troca-se, tudo o
que se quiser.
Reacher disse:
— A primeira testemunha a ver o nosso tipo trabalha para o governo.
Imagino que possa haver lá outros.
Orozco assentiu.
— É melhor terem cuidado. Se continuarem a abanar essa árvore, podem cair
tretas de toda a espécie. E algumas podem ser bem sérias.

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