Orozco foi-se embora e Reacher foi ao quarto de Neagley telefonar para a
Virgínia, para falar com White. Disse-lhe:
— Estamos a receber informações de confiança de que andam a vender
documentos de identificação alemães autênticos naquele bar. Para já, vimos
bilhetes de identidade e cartas de condução. Nada nos diz que não se possa
arranjar também passaportes. Nada nos diz que o nosso tipo não tenha comprado
um. Portanto, estarmos atentos a quatrocentos nomes americanos é um
desperdício de tempo. Podes apostar que ele vai viajar com um nome falso
alemão.
White ficou calado durante bastante tempo. E, a seguir, retorquiu:
— Vocês já aí estão e tudo. Podiam descobrir quem lhe vendeu o quê e, já
agora, que nome ele deu. A data de nascimento e o número do passaporte
também davam jeito. Normalmente, vendedores desse género guardam registos.
Por questões de segurança, e para chantagem.
— Isso vai ser tudo ou nada — respondeu Reacher. — Vão entrar em pânico
se fizermos uma investida àquele bar. A notícia vai espalhar-se depressa. O
nosso tipo vai esconder-se logo. E, se calhar, tem mais do que um passaporte. Há
mais do que um bar. A nossa testemunha divide o tempo entre dois.
— Continua a ser a nossa melhor hipótese.
— Falem com a Ratcliffe. Gostava de saber se estou mesmo por minha conta.
A seguir, Reacher foi para o quarto para se deitar. Estava cansado. Estava
acordado há mais de trinta horas. Pôs os sapatos lado a lado, debaixo da janela,
estendendo as meias em cima deles. Dobrou as calças costura contra costura e
esticou-as debaixo do colchão para as desamarrotar. Despiu o casaco e
pendurou-o nas costas de uma cadeira. Um dos bolsos estalou. O envelope de
Griezman. A impressão digital. Tinha pensado em dá-la a Orozco, mas
esquecera-se.
Talvez da próxima vez.
Tomou duche, tirou uma dúzia de almofadas de brocado verdes de cima da