Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

perceber a questão. Depois disse:
— O problema da impressão digital é grave. Jurídica e politicamente. E
ninguém pode fazer isso desaparecer.
— Posso argumentar que escolhi as minhas palavras com todo o cuidado.
Disse que ia verificar a impressão. Mais nada. Não disse que ia revelar o
resultado. Claro que se trata de um logro, mas, paciência, na primeira divisão é
mesmo assim. Posso argumentar que, para gente como eu, o risco é sempre o
mesmo. Partem-se uns ovos, faz-se uma omeleta e, se a coisa sair saborosa, fica
tudo perdoado.
— E se não sair?
— Estou sempre aberto a novas experiências.
Sinclair não respondeu.
E Reacher prosseguiu:
— Se isto der para o torto, você vai entregar-me. Vai depor no tribunal
militar. Compreendo isso. E vai fazê-lo de bom grado. Também compreendo
isso. Manda em nós, mas não nos aprova. Já joguei a esse jogo. E ninguém fica
chateado.
— E se não der para o torto?
— Nesse caso, não me vai entregar nem vai haver julgamento. Vai ficar com
uma carta toda elogiosa na sua ficha e eu vou receber mais uma medalha.
— E qual das hipóteses será?
— Quer uma resposta sincera?
— Sempre.
— Está feito. É trigo limpo. Estamos a falar de um soldado ausente sem
autorização. E eu e ele estamos na mesma cidade. Já cá canta.
— É sempre assim tão confiante?
— Costumava ser.
— E agora é o quê?
— Ainda mais.
— Anda a dormir com a sua sargento?
— Não, não ando. Isso não seria apropriado. Nem, em termos gerais, bem

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