Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

enterrando bem os dedos e puxando-lhe o cabelo para trás. Dessa vez, deixou
ficar a mão esquerda onde esta foi parar, colada à nuca dela. Que era esguia. E
estava quente. Ela encostou a mão aberta ao peito dele. E, de início, ele julgou
que fosse um aviso. Ou uma proibição. Um sinal de stop. E foi então que se
transformou numa exploração. Deslocou-a, de um lado para o outro, para cima e
para baixo, e depois enfiou-a também na nuca dele, na parte onde o cabelo
cortado lhe tinha feito comichão. Ela puxou-o para baixo, ele puxou-a para cima
e beijaram-se, primeiro, hesitantemente, e, a seguir, com mais ardor. A língua
dela era fresca e lenta. Ela tinha os olhos abertos. Ele descobriu-lhe o fecho nas
costas do vestido. Uma pecinha de metal, em forma de lágrima. Abriu-o,
fazendo-o deslizar lentamente e passar-lhe pelo meio das omoplatas, pela região
lombar e, por fim, pela cintura.
Os lábios dela colaram-se aos dele e ela perguntou:
— Isto será boa ideia?
— Parece-me bastante boa — respondeu ele. — Até ver.
— Tens a certeza?
— A prática diz-me que é melhor responder a esse género de perguntas
depois. A experiência suplanta sempre as conjeturas.
Ela sorriu e avançou os ombros, com o vestido a descer e a ir parar-lhe aos
pés. Trazia um soutien de renda e collants pretos. Mais os sapatos. Agarrou na
bainha da t-shirt nova dele e puxou-lha por cima da cabeça, em bicos de pés. Foi
cair atrás dele. Desapertou-lhe o cinto. Ele livrou-se dos sapatos. E ela fez o
mesmo. Tirou os collants. A lingerie que trazia por baixo era preta e de renda.
Fina e transparente. Puxou-lhe as calças para baixo e ele desenvencilhou-se
delas. Beijaram-se outra vez e cambalearam até à cama, como uma criatura com
quatro pernas. Ela atirou-o para a cama, sobre o envelope de Orozco. E pôs-se
em cima dele. Ele esticou os braços e desprendeu-lhe o soutien. Ela rolou de
cima dele, deitando-se de costas e despindo as cuecas. Ele fez o mesmo, entre
arcos e movimentos encrespados. Ela voltou a subir para cima dele e montou-o
como se fosse uma vaqueira, com as ancas para a frente, os ombros para trás, a
cabeça levantada e os olhos fechados. Ele deixou os dele abertos. Ela era um

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