Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

um desperdício de tempo. Mesmo que pudessem olhar para mil caras por dia.
Seriam precisos quase cinco anos para abarcar a população inteira. Mas os
registos deles seriam capazes de dar jeito. O Wiley veio cá ainda há quatro
meses. Temos a certeza disso. Portanto, temos uma data de início concreta. E é
óbvio que arrendou um sítio qualquer, já que matou a prostituta no apartamento
dela e não num quarto de hotel. Por isso, tem um arrendamento algures. E, a
seguir, um novo nome, provavelmente alemão, para condizer com o passaporte
novo, provavelmente também alemão. E tem despesas com serviços públicos.
Provavelmente, um telefone. Não temos acesso a essas bases de dados. E aí é
que o Griezman nos podia ajudar.
— Sim ou não?
— Não sou imparcial — disse Reacher. — Estou em dívida com o tipo.
— Ele não fez nada por você. Não encontrou o Wiley nem encontrou a
mensageira.
— Mas tentou.
— E o que achou do senhor Bishop, do consulado?
— O chefe da base?
— O veterano da CIA.
— Não está mau, para um velhote.
— Como é evidente, os nossos ativos capazes de falar alemão foram
treinados durante o sistema anterior. Para prestar serviços na Alemanha de Leste
e não na parte oeste civilizada. Gostam de saber tudo sobre toda a gente. Dantes,
para efeitos de recrutamento, e para efeitos de chantagem e para compreenderem
melhor as histórias internas cá do sítio. Têm processos exaustivos. E nem todos
se encontram nos armários oficiais.
— E?
— O chefe dos detetives Griezman foi cliente da prostituta morta há cerca de
um ano. Quatro vezes. Temos a certeza disso. Gastou o dinheiro que tinha de
parte para a faculdade dos filhos. Por isso mesmo, palpita-me que queira fechar
o caso para que ninguém ande a meter o bedelho nem a coscuvilhar muito para
trás. Palpita-me que a nobre procura de justiça dele afinal de contas não seja

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