Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

fechada. Era possível que uma visita inesperada batesse à porta. Ou que, pelo
menos, o chamasse. Não é que fosse aparecer uma visita inesperada. Era tarde e
o sossego reinava no edifício. Muller acabou por deparar com um relatório
preliminar acerca de uma operação de vigilância. Recente. Aliás, daquela noite.
Tinha largado a pilha do avesso, em cima da secretária. Estava a lê-la por ordem
cronológica. A vigilância revelara-se infrutífera. E esse resultado negativo fora
comunicado a Reacher para o quarto de hotel deste. O que significava que a
polícia de Hamburgo tinha levado a cabo uma operação para as forças armadas
americanas.
Interessante.
O nome do hotel de Reacher não vinha indicado, mas ficara registado o
número geral para o qual Griezman ligara. A divisão de trânsito tinha acesso a
uma típica lista telefónica invertida e, por isso, Muller ligou o computador e
pesquisou o número.
E soube o nome do hotel.
Conhecia o sítio muito bem. Um estabelecimento elegante, numa rua
secundária, inserido num bairro bom, mas não topo de gama. Às vezes, o gerente
telefonava a queixar-se de estar gente estacionada mesmo à frente da porta. Já
que isso lhes estragava a imagem. Tinham um tipo com uma cartola. Onde havia
ele de ficar? O próprio Muller já lá fora duas vezes. Não havia nada que pudesse
fazer. Só com dois anos de diligências jurídicas para modificar o passeio. Coisa
que os advogados do município nunca permitiriam. E se todos os pequenos
hotéis começassem a querer o mesmo tratamento? Seria o caos. Já era
suficientemente mau com as grandes empresas.
Muller pegou no telefone que tinha em cima da secretária e ligou para casa
de Dremmler.

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