Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

namorados não aparecem nas bases de dados. E alguns não são recordações
felizes.
— É capaz de valer a pena. Se aquilo dos tios-avós não der em nada.
— Pode demorar vários dias. Vocês quase apanharam o tipo.
— Continua aqui na cidade.
Neagley desligou o telefone e foi à procura, no processo relativo à ausência
sem autorização, do camarada que tinha referido o tio. Ligou para os PM de
Frankfurt e disse-lhes para o irem buscar, para obter mais e melhores
pormenores. A seguir, pegou na ficha militar de Wiley e consultou os nomes dos
superiores responsáveis pelos relatórios iniciais de aptidão. Em Fort Benning e,
mais tarde, em Fort Sill. Ligou para um amigo que tinha no Comando do
Pessoal. O tipo de Benning tinha-se transferido para Bragg. O de Sill continuava
em Oklahoma, passados três anos. Apontou os números e começou a telefonar.


Muller foi passando em revista os vários papéis. Griezman possuía uma
produção prodigiosa. A maior parte correspondia a tretas para proteger o couro.
Insignificâncias vindas de baixo e empurradas para cima. Uma prática comum.
Toda a gente o fazia. Não havia ninguém que quisesse que a responsabilidade lhe
recaísse sobre os ombros. Não havia ninguém que se quisesse ver num inquérito
oficial, a dizer: «Sim, fui eu que considerei que não valia a pena comunicar isso.
Portanto, a culpa foi toda minha.»
Havia relatórios rotineiros a propósito de toda a espécie de casos. Todos sem
nenhuma importância. Até surgirem cinco páginas agrafadas relacionadas com
Helmut Klopp. Um depoimento. Fotografias. Problemas com a tradutora.
Desconhecimento do que tinha sido dito no bar. A conversa em si não fora
ouvida. Os investigadores americanos apareciam com os nomes de Reacher e
Neagley. Mas mais nada. Não havia indicação de onde estavam hospedados.
Muller achou que talvez no consulado. Ou talvez não. Eram do exército dos
Estados Unidos e não da CIA. Um hotel? Não se referia nada.
Prosseguiu. Tranquilo, desde que a luz permanecesse baixa e a porta,

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