Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

exceções. Isso é a chave desta coisa. Ele está na Alemanha há pouco mais de
dois anos e anda ausente sem autorização nos últimos quatro meses. O que nos
dá um período crucial de um bocadinho menos de dois anos no ativo. E durante
essa janela de tempo, viu qualquer coisa, planeou e, a seguir, roubou-a. Portanto,
precisamos de saber ao certo onde andou. Diariamente, do primeiro ao último
dia. Porque, pelo menos num dia, ele esteve mesmo ao lado da coisa. Seja ela o
que for. Se calhar, até a tocar-lhe. Fisicamente próximo.
— No mínimo, um dia — respondeu Reacher. — O dia em que a estava a
roubar.
— Acho que foram, no mínimo, dois dias — retorquiu Neagley. — Primeiro,
viu a coisa, depois engendrou um plano e, por fim, voltou para a roubar.
— Só que ele não viu a coisa. Não foi bem assim. Encontrou-a. Localizou-a.
A ideia já vinha de longe. Ele veio para a Alemanha para se apoderar da coisa. Já
sabia da existência dela.
— Seja como for. Nesse caso, ainda mais se aplica. Houve um encontro
físico.
— Quero saber como ele anda a pagar a renda — afirmou Reacher. — É um
soldado raso. Não tem nenhum plano de poupança. Verifica se as ordens de
destacamento coincidem com algum caso arquivado de crimes contra a
propriedade. Ele foi buscar o capital inicial a algum lado.
E foi então que a rececionista atendeu um telefone que estava a tocar,
encostando depois o auscultador ao peito, e gritou:
— Major Reacher, é para o senhor!
Era Orozco, a ligar de uma cave algures, a julgar pelo som.
— Estamos metidos em sarilhos? — perguntou Orozco.
— Estamos finos — respondeu Reacher. — De momento, a salvar o mundo.
— Até não o salvarmos.
— E, nesse caso, já não vai importar uma coisa nem outra.
— Acabei de conversar com o Billy Bob e o Jimmy Lee. Que confirmam que
podiam escolher os nomes que muito bem quisessem para as identificações da
tanga. Mas tinham de ser alemães. Para o caso de haver uma verificação

Free download pdf