Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

certeza de que a atenção dele se encontrava focada no que tinha pela frente, o
que queria dizer que, naquele preciso instante, ela já estaria à espera nas sombras
à saída da viela, a observar, a fazer os mesmos cálculos instintivos que ele estava
a fazer, e, por isso mesmo, pronta a intervir e a estragar a festa ao quarto tipo.
O primeiro dever de um sargento é manter o superior fora de perigo.
Talvez ela lhe tivesse desobedecido.
O que, evidentemente, tinha feito. Ele lançou-se contra os dois primeiros,
transformando o taco num punho, um, dois, com a direita, com a esquerda, em
antecipação, preparando-se para o terceiro, executando o rodopio com rapidez,
graciosidade e economia, mas, ainda assim, o quarto homem caiu-lhe em cima
bem cedo de mais, conforme esperado, mero meio passo atrás, prevendo-se que
chegasse, por pura sorte, mesmo antes de o taco poder reentrar em ação.
Mas foi então que o quarto tipo desapareceu. Como se tivesse ido contra uma
corda da roupa a toda a velocidade. Como num efeito especial de um filme. Num
fotograma, estava lá, e, no outro, já se tinha sumido. O terceiro foi ao chão e, por
trás dele, Reacher viu Neagley, acabada de completar o que parecia ter sido um
soco em arco dado na garganta do quarto homem.
O isco à entrada do prédio levantou as mãos.
— Obrigado, sargento — disse Reacher.
— Devias ter pegado na garrafa. Era melhor do que o taco — respondeu
Neagley.
Reacher aproximou-se do isco e atirou-lhe:
— Diz ao teu chefe para parar de me fazer perder tempo. Diz-lhe para vir ter
comigo em pessoa. Cara a cara. Dou uma volta ao quarteirão com ele. Trocamos
opiniões.
A seguir, foram-se embora, percorrendo a viela até à rua, primeiro Neagley e
depois Reacher. Pararam ao sol, encolhendo os ombros e endireitando-se, e, em
seguida, apressaram-se a regressar ao hotel.

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