— As perguntas têm que ver com o período imediatamente subsequente a ter
recebido dispensa. Os seis anos em que não esteve cá. É capaz de não querer que
a senhora ouça as respostas dele. Sinto-me na obrigação de ter em conta a
privacidade dele.
A mulher retorquiu:
— Eu sei tudo sobre a senhora Wiley, de Sugar Land, no Texas. É disso que
se trata?
— Do filho — respondeu Reacher.
Regressaram à sala de estar. Mason ainda estava acordado e um bocadinho
mais lúcido. Reagiu às apresentações com um relance vago com um único olho e
mexendo a mão. A mulher pôs-se de cócoras atrás da cadeira de rodas e abraçou-
lhe os ombros, reconfortando-o, e Reacher agachou-se diante dele, para entrar no
campo de visão de Mason.
Reacher perguntou:
— Senhor Mason, lembra-se do Horace Wiley?
Mason fechou o olho que ainda tinha bom e deixou-o ficar assim durante um
momento, até que o abriu outra vez. Tinha uma mirada longínqua e lacrimejante.
A metade da cara que ainda funcionava mexeu-se com uma dicção exagerada e
Mason disse:
— Trate-me por Arnold.
Tinha uma voz baixa e ofegante, e metade da boca paralisada, mas as
palavras conseguiam perceber-se razoavelmente bem.
— Arnold, fale-me do Horace Wiley.
O olho de Mason fechou-se novamente, por mais tempo, como se ele
estivesse a consultar uma fonte interna de informação, e depois o olho abriu-se e,
com meio resquício de um meio sorriso, Mason disse:
— Costumava chamar-lhe Horse. No Texas, acabava por soar mais ou menos
à mesma coisa.
— Quando foi a última vez que teve notícias dele?
Uma pausa.
— Acho que nunca tive notícias dele. Desde que me fui embora —
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1