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Reacher ficou à espera na berma do passeio, de costas para a cópia quase
chapada da Casa Branca, e viu o Mercedes de Griezman no meio do trânsito,
cem metros à esquerda dele. Quando o carro chegou, entrou, com Griezman a
fazer inversão de marcha e a seguir na direção de onde tinha vindo. Estava
grande como sempre. E calado. Ia a matutar em qualquer coisa.
— Para onde vamos? — perguntou Reacher.
— Para a estação de comboios — respondeu Griezman.
— Porquê?
— Porque eu sou um polícia responsável. Adicionei o Wiley à lista de
potenciais suspeitos. O que implicou que a divisão fardada recebesse o retrato-
robô dele. Os chuis de rua. Andaram a mostrá-lo por todo o lado. E houve um
cambista da estação de comboios que o reconheceu. De há uns dias. O que faz
dele um assunto seu e não meu.
— Obrigado.
— No entanto... — acrescentou Griezman.
— Isso não me soa bem.
— Já viu as nossas instalações. Obtêm-se resultados inacreditáveis. Julgamos
que a nossa vítima foi atingida sete vezes no alto da cabeça. Quase num
frenesim. E sempre no mesmo sítio, por isso ficou com a cabeça feita em papa.
Só que dois dos sete golpes erraram ligeiramente o alvo, um para a esquerda,
outro para a direita, e combinando metades contrárias dessas duas impressões
nítidas, podemos ver a forma geral do instrumento que serviu de arma.